Como fazer uma boa foto de corrida

Paulo Vieira

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Aqui é assim: passou na frente, virou post. Não, não é bem assim, e na verdade eu tinha pensado em algo mais elevado, alguma citação erudita para abrir este texto.

Quando notei que só me vinha à cabeça Lavoisier, mudei de ideia.

É que, como a comunidade JQC bem sabe, passamos a “remunerar” os bons amigos que postam no nosso Instagram* . A paga: uma camiseta do site.

Premiamos apenas um leitor por semana porque não temos conexões com a indústria da tecelagem, e dryfit, meus negos, custa caro.

Por isso a foto tem de ser duca. Como a da Daniela Serres, que é uma corredora de mão cheia.

Corredora com filtro/créd: Dani Serres
Corredora slim com filtro/créd: Dani Serres

E por ser corredora de mão cheia, ter uma bela história com a corrida, ela já ganharia o direito de ser objeto de um post nosso. Nem precisava ter mandado a foto de que falaremos mais no “pé”.

Mãe de dois filhos, de 8 e 4 anos, assessora de imprensa e produtora de filmes institucionais em São Paulo, ela começou a correr há quatro anos, mas foi “picada pelo bichinho da corrida”, como disse, há pouco mais de um ano.

No começo de 2014 ela debutou na meia maratona, mesmo tendo participado antes apenas de provas de 5K. Foi em Miami. Ela correu o tempo todo e completou o percurso em 2:09.

Para se preparar, seguiu as sugestões de treino do aplicativo Runkeeper.

De volta a São Paulo, entrou para o time da Run&Fun e participou de outras duas meias. Numa viagem a Los Angeles depois disso baixou sua marca para 2:01.

O próximo passo é a maratona, e vai ser a da Disney, em janeiro. “Pretendo realizar meu maior sonho de mulher adulta onde realizei meu maior sonho de criança.”

Se no começo de sua relação com a corrida ela queria perder os 30 quilos ganhos com a segunda gestação, agora a endorfina e o bem estar mandam. “Já não calculo meu peso pela balança, mas pelas roupas e pelo percentual de gordura, hoje em 21%. Minha meta é 18%.”

Mais: “A corrida não só me deu mais disposição para o trabalho, mas principalmente disposição para aguentar o pique das crianças. Antes vivia cansada, me arrastando. Minha vida mudou completamente.”

Sobre o contra-plongée premiado, eis a bula:

“Após um treino bem pesado no Villa-Lobos, vi que o céu estava bonito e pensei em tirar uma foto olhando pra cima, expressando meu cansaço. Encostei o iPhone a uma árvore, no chão, e acionei o aplicativo Camera+, que tem um disparador de fotos (pode demorar até 30 segundos). Como estava perto, deixei em 5 segundos, olhei pra cima, pus as mãos na cintura. Depois só coloquei um filtro do SnapSeed e outro do Instagram.”

“Simples assim.”

*Para concorrer às nossas lindas camisetas JQC, envie sua foto para o Instagram @corrajornalista com as hashtags #jqc#jornalistasquecorrem, #corridaeironage ou #corridaeitaipavalight

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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