Na Folha de S. Paulo, um texto que promove algo do próprio jornal ou de seus aliados/associados/apaniguados é chamado OP, de Operação Portugal. Já soube a origem da inusitada expressão, não sei mais, é possível que alguns de nossos leitores saibam. Que fiquem à vontade na caixa de comentários.
E embora deixar de publicar uma OP seja falha grave, a tarefa em geral é destinada ao redator de mais baixa patente de cada editoria.
Isso para dizer que não pretendo escrever aqui uma OP, ao menos as OPs sensaboronas da Folha, embora a ideia seja promover nosso canal Jornalistas que Correm no You Tube. Acaba de chegar a ele mais um vídeo, vídeo pelo qual nutro bastante carinho.
É sobre meu treino Lapa-Pico do Jaraguá-Lapa, que já originou este, este e mais este post ao longo da tenra história deste site.
O carinho vem da minha vontade de apresentar o trajeto, que une prazer e dificuldade. Para quem gosta de treino forte, ele é desafiador: tem de 30 a 32K e inclui uma subida de 4,5K até o Pico cujo 1,5K final assombra.
E para quem gosta de paisagem, de conhecer sua cidade enquanto corre, o trajeto é uma pletora de emoções, como diria o poeta baiano. Tem a Lapa comercial adormecida, passagens sob e sobre linhas de trem, rodoviária clandestina, bairro suburbano sucumbindo à especulação imobiliária, passarela não indicada para quem sofre de vertigem, casario que reflete as diferenças sócio-econômicas à medida que se afasta do Centro, tribo guarani em ambiente propício à propagação da esquistossomose.
E, no caminho, na Agenor, lá na ponte sobre a Bandeirantes, uma padaria que vende um bolinho de bacalhau matador, mas que eu infelizmente nunca como durante a corrida: só fui provar um durante a gravação de umas cenas suplementares.
No off do vídeo, enquanto as cenas gravadas ora com uma GoPro que eu conduzia, ora com a câmera do Diogo, o diretor, mostram as ruas por onde passo, falo do “rito de passagem” que era para nós, garotos crescidos na ZO de São Paulo, ir até o Pico em nossas “Caloi 10”- a minha era uma Sprint 10.
Só não entrego no vídeo minha experiência traumática com o Pico, quando, numa excursão com a escola, me recusei a subir até o “Senhor do Vale” e acabei sozinho lá embaixo, tendo que me virar com trem e ônibus para voltar às Perdizes. Tinha 10 ou 11 anos.
Meu pai não processou a escola.
Sem mais delongas. Eis o vídeo:
Muito bom o vídeo!
Estava curioso quanto ao Pico que tanto falava!
Incrível area verde, quase inacreditável em SP (ja nao posso pegar no pé do Pracidelle, briga no outro blog…..)
Sou leitor diário e curto o seu estilo de levar a corrida e a propio way of life