Depois de ameaçar – e cumprir – fazer uma parada com “toda essa po#@#*” no Carnaval, Touro Indomável volta ao funcional numa aula com requintes de sadismo. O “Suicídio na Escada”, sequência progressiva de esforço na escada, leva nosso heroi à exaustão e às portas do desmaio, mas ele sobrevive para contar sua história e mostrar aos seus incontáveis seguidores em toda a galáxia de que substância são feitos os fortes. Para quem ainda não conhece a saga, só se for agora: ela está aqui, aqui e aqui.
Irez vous, cheval.
No meu último post, falei um pouco de minha evolução na balança e na esteira, mas não comentei sobre o que de fato interessa, os exames médicos. Como eu ainda não retornei ao cardiologista para mostrar os resultados, fui ao Dr. Google para entender minhas taxas. Nenhuma delas está ruim, acima do limítrofe. Para um contumaz bebedor de cerveja e consumidor de cigarros, not bad indeed.
No Carnaval fui à praia, comi, bebi… e corri. E correr foi um ato de coragem. Não foi fácil me conscientizar de que deveria levantar da cadeira de praia, o trono sagrado do descanso, deixar o copo de caipirinha e a Caras na banqueta e partir para o ataque. Para mim, a corrida é o mais desafiador dos esportes, porque a vejo exclusivamente como reação a alguma ação, uma necessidade, um ato reflexo. Eu a associo com atraso, perigo, entre outros sinais de “alerta”.
Por isso, toda vez que estou para correr, seja na esteira ou na beira da praia, vem a dúvida socrática: “Correr pra quê?”
No litoral paulista, vencido o minuto de filosofia, seguiu-se a liturgia: coloquei meu iPhone no bolso, pus os fones no ouvido e inseri 5 pratas no bolso por amor de comprar uma água do meio do caminho (acredite: na Riviera de São Lourenço, uma garrafinha de água gelada na areia custa R$ 4).
Antes de sair, me perguntaram: “Não vai de tênis?” Com a empáfia dos vencedores, devolvi: “Tênis? Na praia? Isso é para os posers”, vociferei.
Fui! Saí andando forte por 2’ e comecei o trote… Fiz 10’ de trote, refreei por 2’ andando e assim a marcha seguiu até eu completar 20’. Comprei minha Perrier (só que não) e voltei na mesma pegada, completando os 40’ de treino sob o sol da Toscana, digo, da Riviera.
A trilha foi Ministry of Sound 2014 (uma coletânea daquelas músicas de academia, e.g: não achei minha trilha sonora ainda). Digo que correr na praia é espetacular, tem gente à sua volta, a paisagem muda, você analisa a arquitetura dos prédios e casas à beira-mar… Os fones, daqueles tradicionais, ficavam caindo toda hora, foi ruim, preciso pesquisar um equipamento melhor para correr.
No fim, o resultado do meu espírito caiçara, roots, rústico, cafuçu, como diria meu amigo Gilvan, foram dores fortes nos joelhos e tornozelos, além de bolhas no pé. Que falta fizeram os tênis.
Poser. Pois é.
Corta para a academia.
Na volta ao funcional, meu amigo da onça Veron introduziu no treino o “Suicídio na Escada”, exercício que consiste em você (eu, infelizmente, no caso) subir e descer a escada sem parar em tiros de 6 degraus, ida e volta. Bem, depois aumenta pra 12, depois 16 e por aí vai até completar o andar inteiro, sempre ida e volta.
Fiz isso seis vezes durante o treino. Na terceira repetição quase desmaiei, e precisei deitar com as pernas para cima para voltar ao normal, mas fiz questão de terminar o exercício.
Houve também uma flexão de braço invertida que me fez pingar no ar condicionado como se estivesse sambando com a velha guarda da Portela na feijoada de sábado em Madureira.
Ando cabreiro com a balança. Tou cravado nesses 96 kg, mas quero chegar aos 90 kg até o fim de março. Será que vai dar pedal?