Programão pra este domingo: pedalar até o Pico do Jaraguá

Paulo Vieira

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As bicicletas saíram um pouco da pauta com as manifestações recentes, mas a discussão é contemporânea: são raras as cidades do mundo que não investem em ciclovias e sistemas públicos de compartilhamento de bicicletas. Perto de Londres, Paris, Nova York, Montreal e mesmo Buenos Aires, São Paulo e outras capitais brasileiras desconhecem a bicicleta. Ter ciclorota aos domingos é bonito, mas isso não configura, nem de longe, uma alternativa de transporte.
Mas falemos do que existe, que o propósito deste blog é – ainda – recreativo.
Já pedalei algumas vezes pela ciclovia da Marginal do Rio Pinheiros. Um dos nossos cartões-postais. No país da biodiversidade, é um dos, creia, melhores espaços de lazer da cidade. Pense numa linha quase contínua de 21,5k com piso sem ondulações, nenhum carro pra incomodar e bichos pra contemplar. Bom, né? Tirando alguns dias de verão com o rio fedorento, o lugar é perfeito.
Perfeito, claro, se você aceitar uma cidade com rios mortos, carros ocupando todos os espaços e bikes fora do jogo.
Encare a ciclovia para lazer. No fim do dia talvez você tenha que desviar das capivaras. O lugar, por estar num nível mais baixo que os carros, é silencioso, uma outra vantagem.
Embora tenha grande extensão, há pouquíssimas entradas: uma na Ponte da Usp, outra na Estação Vila Olímpia do trem, em Jurubatuba e, salvo engano, em Santo Amaro. Para quem cansar, é bom saber que o trem acolhe bikes aos domingos e aos sábados depois das 2 da tarde, Nos dias úteis, só a partir das 8 da noite, mas aí a ciclovia já estará fechada de velho.
E se você pensa em fazer uma casadinha com trem, sugiro  um outro destino, o Pico do Jaraguá, Da estação Vila Clarisse (linha Rubi) é um pedal de 10 minutos até a entrada do Parque. Há uma trilha de caminhada de 40 minutos até o Pico. Melhor que os 5k de subida pelo asfalto. Mas tem gente que encara. Um programa que muita gente faz aos fins de semana em São Paulo e eu recomendo, mesmo com muvuca e com a poluição que anda encobrindo a visão lá de cima. O importante, meu velho, é não ficar parado.

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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