Correr em esteira vale?

Paulo Vieira

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foto de http://www.flickr.com/photos/militaryhealth/
Correr em esteira é treino?
Foto de Military Healths

Como pisciano que não nega o signo, custo a tomar decisões. Mas tomei uma decisão hoje. Não era, contudo, uma decisão que este velho procrastinador vinha adiando por dias, semanas, meses. Simplesmente ela não havia me ocorrido até agora.

Como sabem, ou como imagino que saibam, trabalho na Editora Abril, num bonito edifício de muitos pavimentos e anexos. Em algum lugar entre a garagem e a usina hidroelétrica que o abastece, fica uma unidade da academia Bioritmo. Uma unidade pequena, que não dá conta da demanda nos horários de pico. Mas, de qualquer forma, é uma academia a um elevador de distância da minha cadeira. E tem umas esteiras lá. A decisão: voltar a correr em esteira.
Tenho certeza que isso não é uma questão para um corredor heavy user, casca grossa, calo na joanete, planilhas na cabeça, mas para mim é: correr em esteira é correr?

Nos posts anteriores falo mundos e fundos do quão bacana é correr ao ar livre, de preferência com o concurso do pôr do sol, viajando, usando a corrida até mesmo como meio de transporte. Não canso de dizer como a Rua do Matão, na USP, pode prover no momento de grande esforço sensações dignas de um concerto barroco numa catedral alemã no século 17. Sensações sinestésicas.
(Aqui entra alguém e toca o sino, gonga o meu devaneio, bem na hora em que o professor de mitologia do Agildo Ribeiro começa a falar da Bruuuna)

Entendo – e curto – a corrida como algo mais do que um punhado de tempos a ser superados; um conjunto de números a ser atingidos ao longo do “treino”, palavra que me causa certo mal-estar. Ela só se realiza plenamente se envolver um cenário outdoor. Mas estou a minutos de me render à comodidade. Números em vermelho mudarão ao toque de um botão; vou aumentar ou diminuir o ritmo em reação a outro toque; e tudo isso embalado por uma série da Sony, um programa de auditório, um telejornal de canal fechado. Vai ser duro. Quantos quilômetros irei aguentar?

Gostaria de ler nas caixas de diálogo abaixo ou mesmo no facebook sua opinião. Correr em esteira conta?

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

11 Comentários

  1. Eu mesmo
    Eu mesmo

    Foram 14 k em 1h17
    Não foi tão mal, vai

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    Nilo

    Paulo, tambem uso a academia ao lado do trabalho e por morar na zona norte aqui do Rio, não tenho muitos locais disponíveis. Por isso optei pela combinação de correr na esteira durante a semana e na rua aos domingos. A esteira realmente não tem a mesma graça, mas me prepara para o fim de semana onde realmente descubro como está meu ritmo e aproveito as diversas paisagens da minha cidade.

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  3. Paulo Vieira
    Paulo Vieira

    Belíssima cidade, Nilo, a propósito. Obrigado por comentar!

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    Godinho

    Eu até prefiro esteira. Explico. Sou louco por séries, a grande produção da nossa época (grandes roteiristas e diretores estão produzindo séries de alta qualidade).
    Então comprei uma esteira razoável, não a ideal nem a porcaria, e corro assistindo séries. Assim eu até esqueço que estou correndo, tão envolvido que fico na trama.
    Mas isso sou eu, que nunca gostei de correr e acho cada minuto da corrida um sofrimento.
    E digo que quando fico sem correr na esteira durante duas semanas ou mais acabo ficndo cheio de dores nas costas, pescoço, etc. Então a esteira é a minha salvação.

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  5. Paulo
    Paulo

    Indique uma semana de séries para quem quiser correr na esteira como você, Godinho! Muito obrigado pela visita!

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    Roberson

    Acho a esteira um grande aliado no treinamento. Faço treinos à noite e não é fácil se expor nas ruas mal iluminadas… chega a ser perigoso. Utilizo a esteira em treinos de ritmo e intervalados, sempre um pouco mais forte do que faria na rua. Funciona.

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    Renato Muller

    Esteira para mim é algo insuportável. Prefiro correr na rua com frio e chuva…

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    Nati

    eu boto umas músicas boas no meu celular, bem animadas e que eu goste muito, coloco um fone bom, daqueles que protege do som da academia e vou pra lá…meu bairro aqui em SP não tem nenhum parque bacana para treinos durante a semana….então me rendo a esteira na semana e à rua aos domingos, aí capricho nos parques, vou até nos mais longes de casa pra ter paisagens bonitas e compensar! 😉

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    Daniela Móz

    Olá Paulo,
    Pensava exatamente como você. “Será que o treino na estreira não é mecânico demais??” Claro que em dias de chuva e invernos gelados ou até mesmo um horario com um baita sol na cabeça, a estreira é uma boa aliada. Assim, da mesma maneira como as aulas de spinning foram criadas, à priori, como uma alterantiva para atletas de alto nivel treinarem em ambientes preparados, já que não podiam treinam outdoor em algumas épocas do ano, devido às estações climáticas (neve, por exemplo), a esteira pode ser vista como uma maneira de treino sim. Eu, por exemplo sempre que posso a utilizo quando vejo a impossibilidade de treinar na rua. Acabei de voltar à treinar, devido uma lesão no quadril e a estreira está sendo utilizada com uma boa aliada no retorno e exercícios par arrumar postura, pisadas, coisa que às vezes, na rua você não encontra. Pelo menos na minha cidade, Itu/SP, onde é dificil encontrar uma rua com espaço suficientemente bom para correr e as calçadas, ou tem buracos, desníveis ou árvores. Ótimo texto… otimo treino.

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    Liege Soldano

    Oi Paulo!!
    Também corro há alguns anos e já passei por várias fases: aquelas em que me recusava a correr na esteira pq não tinha nada melhor do que a rua e as pistas de atletismo para fazer tiro e as que também eu simplesmente delirava na esteira por ser mais “confortável”. Hoje penso que saber dosar é a melhor escolha.
    Treino em esteira também é treino sim. Se vc segue uma planilha e precisa fazer ritmo ou fartlek, dá pra fazer…eu já fiz vários!
    E claro, rua tem seus encantos. Moro no interior de SP, em Itatiba, rezo para chegar os domingos ou feriado que são dias onde não tenho hora…então, carrego meu relógio (GPS) um dia antes e saio sem compromisso. Descubro novos percursos, faço novas amizades, encontros amigos e chego em casa feliz da vida com a sensação de missão cumprida.
    Tem algo mais gratificante do que gostar do que faz? De sentir prazer em correr?
    Bom, sou suspeita. Eu adoro 🙂
    O importante é correr e se sentir bem. se hoje para vc esteira é alternativa, vá em frente…a corrida só depende da gente.

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  1. Escolha o seu caminho | Jornalistas que correm

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