O melhor da corrida é esperar por ela

Paulo Vieira

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Talita acabou de escrever sobre a tensão pós-corrida. Pois eu, para não perder o gancho, inventei outro acróstico, o DPC, distensão pré-corrida.

Desde quarta estou seguindo o que me sugeriu o Diego Nunes, o treinador da 5 Ways. “Rodagem leve, no máximo 30′ na sexta”, disse ele, quando encerrei meus 7K a 5’30″/km no Parque Villa-Lobos anteontem. Diego não quer me ver gastando energia às vésperas da Maratona de São Paulo deste domingo, quando correrei os 25K.

Antes da maratona de sao paulo, treino leve ou pesado?
Vai ser difícil achar o coelho

Quem me viu, quem me vê. Em agosto, em pleno Dia dos Pais, estava fazendo minha primeira ida-e-volta ao Pico do Jaraguá exatos sete dias antes de encarar a meia do Rio da Yescom/Globo, mesmo organizador deste 25K de domingo. Ou, como disse no post, correndo uma distância similar a uma maratona às vésperas de correr uma meia.

Não tive contusões nem nada disso, mas uma gripe se instalou neste que vos escreve na quinta, uma febre moderada me acompanhou até sábado e só um gengibre milagroso de Niterói deu cabo de uma irritação desgraçada de garganta. Corri e terminei a meia, mas com um tempo inferior ao do ano anterior e praguejando cada metro do interminável Aterro do Flamengo.

Mas a Lusitana roda, e menos de dois meses foram suficientes para eu, se não ter mudado minhas convicções, também começar a gostar do lado claro da força. Estou seguindo direitinho o receituário conservador do Professô Diego, e mais: hoje, por exemplo, vou a uma cardiologista com o fito de, semana que vem, fazer um teste espirométrico. Ando sacrificando também, mesmo nas semanas sem provas, meus longões indisciplinados. Tive muita satisfação em correr abaixo dos 5′ nos 11K de domingo passado e a aposta para este domingo é tentar ficar entre 2:05’e 2:15’– ou seja: tenho um objetivo claro de tempo.

Por isso estou vivendo aqui a DPC de que falei no início. Só coloquei o short que acabei de ganhar da muié para dormir. Não o usei nem para ir à padaria nestes dias frios em Sampa. Hoje eu já começo a entrar no clima, quando vou buscar o kit de corrida lá no Ginásio do Ibirapuera.

Pretendia abordar neste post algo sobre as duas mortes que aconteceram recentemente, uma numa meia de Ribeirão Preto e outra na maratona de Foz. Num post lá do início, falei aqui que correr também mata. Matou, por exemplo, um dos maiores propagandistas da corrida, o americano James Fixx. Mas tratarei desse assunto mais à frente, se ainda estiver por aqui, toc-toc-toc, na semana que vem. E não é exatamente para evitar o mau agouro, mas para ter mais informação à respeito.

Mesmo com tudo isso que falei, ao chegar lá no Jaguaré, os 25K completados oxalá num pace admirável, garanto para vocês que não serei outro fissurado por baixar marcas e correr sob os ditames da planilha. Jamais vou abandonar meu exército Brancaleone. Admiradores do estilo Jaraguá-Cunha-que-se-dane-o-relógio, eu ainda estou aqui.

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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