Cinco provas para correr em 2018

Paulo Vieira

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ENTÃO NÃO TEREMOS O MENINO do aecião, digo, do apagão do aecião, digo, do caldeirão (aonde chegamos!), e provavelmente duas semanas após a votação ninguém se lembrará de quem colocou lá na Câmara, que é o que importa.

Assim, já que vamos nos f* de verde e amarelo de novo, como se dizia nos anos 1980, com o crescimento da bancada BBB (não, não estou falando do Jean Wyllys), que façamos em 2018 o que havíamos pensado em fazer em 10 anos… ou em 20.

(Acordei otimista hoje!)

Que é: correr as provas mais legais do mundo.

A seleção é bastante parcial, como sói ser o jornalismo de celebridade que este pasquim tão apropriadamente encarna, e não se encerra neste robusto post – vem mais textão por aí.

PARE DE DISPUTAR PROVAS DE CORRIDA

MARATONA, O FETICHE

VINHO, CHOCOLATE E NUDEZ

FEVEREIRO

BENTO GONÇALVES

Dia: 11

Também: Meia Maratona, 5,6K e 45K em revezamentos (dupla, quarteto e octeto)

Site: maratonadovinho.com.br

Bem-vindo à principal região vinícola do Brasil, o Vale dos Vinhedos, mas não espere encontrar a Toscana na Serra Gaúcha – a principal indústria da região é a metal-mecânica. De qualquer forma, não há miséria de cenários rurais e as paradas de hidratação têm suco de uva, vinho e salame.

Mas não se anime tanto: a altimetria não é das mais simpáticas e 42K não são assim um passeio. Ganha um tratamento no Spa do Vinho quem trouxer pra mim na volta umas três garrafas da Cave Geisse.

ABRIL

UBATUBA

Dia: 14

Também: Meia Maratona e revezamentos (dupla, quarteto e quinteto)

Site: desafio28praias.com.br

É bem mais corrida de aventura do que pode parecer à primeira vista, com diversos trechos por areia, terra, singletracks e umas escarpas onde é bom ter um tênis apropriado – faça o que eu digo, não o que eu faço, que corri o Desafio, mas a cabeluda variante Norte, com um Nike Free em 2017.

Todo o percurso é absolutamente do Grande Carvalho, mas o trecho de 8K entre a Lagoinha e a Fortaleza é daqueles que a gente se convence, pela milésima vez na vida, que é hora de largar tudo e vir morar na praia. Lembre-se que você está correndo, por isso resista à tentação de ficar para todo o sempre no Cedro. Dá para voltar mais tarde.

LONDRES

Dia: 22

Também: Niente

Site: virginmoneylondonmarathon.com

Desculpa aí insistir em abril, mas a mara de Londres é major, e, olha só, não é nos Estados Unidos, não é aquele frio da porra de Tóquio e não é Berlim, carne de vaca para o fetichista-mor, o maratonista. Inscrições agora só com instituições de caridade, mas você pode tentar pacotes com as operadoras de turismo licenciadas Rent a Tour e Kamel.

O percurso é tão East End que você termina a mara com sotaque cockney. Esqueça Notting Hill, Portobello Road, King’s Road, Chelsea, Hyde Park, Oxford Street etc: isso é para depois. A largada é nas Docklands de Greenwich e com 35K você ainda nem passou pela Torre de Londres.

Os 7K finais, contudo, são puro delírio, com St. Paul’s, Pepinão, Tate Modern, Westminster, Palácio de Buckingham e pórtico de chegada na The Mall. PQP.

MENDOZA

Dia: 29

Também: Meia Maratona, 10K

Site: http://maratondemendoza.com/

A capital mundial do malbec não judia dos maratonistas. Ninguém aqui tem de subir los Caracoles, muito pelo contrário: há perda altimétrica de 264 metros ao longo dos 42K – e um ganho de míseros 33 metros.

Tá fácil, mas não faça enoturismo na véspera. Enforque a segunda e a terça seguintes ao Dia M, que é domingão. Lembre-se que no Brasil a quarta é feriado, 1º de Maio, Dia do Trabalho Desregulamentado pela Bancada BBB.

Dá para visitar as rotas vinícolas de todo jeito: bicicleta, van, SP2. A da região de Luján de Cuyo é mais à mão e nela vale ir, para ser muito sucinto, à histórica Bodega Carmelo Patti e à finca Adalgisa.

BIG SUR (CALIFÓRNIA)

Dia: 29

Também: 33,6K (21 milhas), 17,6K (11 milhas), 12K, 5K, 3K

Site: bigsurmarathon.org

Exceto o Maior, consta que só Santo Antônio esteve em dois lugares ao mesmo tempo. Mas vai que um dos leitores deste pasquim também é capaz de prodígios como o da bilocação e corre Mendoza e Big Sur no mesmo dia: a visão do Pacífico aqui é coisa séria.

As inscrições normais para a mara estão esgotadas, mas é possível comprar via pacote de turismo ou caridade. Percurso sempre pela Highway 1, a primeira estrada cênica oficial dos Estados Unidos.

Saída de Big Sur, chegada em Carmel (cada um com o prefeito que merece: em Carmel, um dia, Clint Eastwood). Há ganho altimétrico de 700 metros e uma piramba de 285 metros aos 19K. Mas depois de superar o Hurricane Post vem o ponto mais bonito do percurso, a linda ponte Bixby.

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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