Corrida combina com maconha?

Julia Zanolli

Tag: , , , , ,

A Agência Mundial Antidoping proíbe o uso de maconha em competições com base em estudos que afirmam que a droga reduz a ansiedade e aumenta o fluxo de ar nos pulmões. Parece motivo suficiente para desconfiar que algum benefício tem, certo?

Com a legalização da maconha em várias partes dos Estados Unidos, a discussão sobre corrida e marijuana está ganhando destaque por lá. Aqui no Brasil é ilegal, imoral e engorda. O escritor e colunista da Folha de S. Paulo João Paulo Cuenca recentemente publicou um texto saindo do armário e admitindo ser usuário de maconha. Aliás, no próximo sábado, 23 de maio, vai rolar a Marcha da Maconha em São Paulo para quem quiser apoiar a causa.

Cartazes questionam proibição na Marcha da Maconha
Cartazes questionam proibição na Marcha da Maconha

Os poucos atletas que já assumiram usar a erva (ou foram pegos no pulo) se deram mal. O nadador e medalhista olímpico Michael Phelps teve que pedir desculpa depois que um tabloide publicou fotos suas fumando maconha na faculdade. O skatista brasileiro Bob Burnquist afirmou em entrevista que já deu uns pegas, mas a cultura do skate é mais permissiva com esse tipo de coisa.

Phelps e o "bong" da discórdia
Phelps e o “bong” da discórdia

É importante diferenciar o esporte profissional, que está sujeito a regras específicas e movimenta bilhões de dólares, dos corredores amadores que fumam um baseado de vez em quando.

O professor Keith Humphreys, da Escola de Medicina de Stanford,  declarou ao site da revista Go Outside que é natural o sujeito se sentir mais corajoso depois de fumar maconha, já que ela reduz a ansiedade. Além de relaxar e aliviar a dor, a maconha também pode ajudar a combater náusea e cãibras (alguém pensou em ultramaratona?)

Na Califórnia tem até um pessoal fazendo barrinhas de cereal e até batata doce enriquecidas com THC, substância ativa da maconha. Mais running friendly impossível.

Enquanto alguns defendem que não há estudos conclusivos para afirmar que a maconha traz benefícios para a corrida, o médico Donald Abrams, professor na Universidade da Califórnia (EUA), afirmou ao jornal inglês The Guardian não ter dúvidas de que a maconha ajuda a reduzir a dor pós-treino.

No entanto parece haver consenso que a maconha aumenta a frequência cardíaca, pois correr doidão pode sobrecarregar o coração.

A boa notícia é que a corrida em si já dá um barato e tanto: o exercício eleva os níveis de endocanabinóides no cérebro, substância semelhante ao princípio ativo da maconha.

 

/ 219 Posts

Julia Zanolli

Julia Zanolli começou a correr em nome do bom jornalismo quando foi trabalhar na revista Runner’s World sem entender nada do assunto. A obrigação virou curtição, mesmo depois de sair da revista. Se livrou do carro para poder andar a pé pela cidade, mas é fã assumida de esteira. Prefere falar de comida do que de nutrição e acha que ter tempo é muito melhor do que matá-lo.

Um Comentários

  1. Avatar
    Narbal

    só combina pra quem já fuma rs

    Responder

Deixe seu comentário

Seu e-mail não será publicado ou compartilhado e os campos obrigatórios estão marcados com asterisco (*).

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.