Antropólogos, meio intelectuais meio de esquerda e afins acham errado. Gente em busca de novas experiências e corridas inéditas pira. O motivo é a Guarani Race, que acontecerá no dia 21 de junho na reserva Aldeia Rio Silveiras, em Boraceia, litoral norte de São Paulo.
A prova de 13K promete um mergulho na cultura guarani, com direito a dança, artesanato, comidas e bebidas típicas. Além, é claro, da possibilidade de correr próximo aos índios em “trilhas pela mata praticamente intocada pelo homem”.
O idealizador da aventura é o ultramaratonista Rafael Zubaran, de 43 anos, que conta que foi necessária a autorização da Funai para a realização do evento. Depois do resultado positivo da Igaratá 23K, também organizada por sua empresa, a ZBRclama Sports, Zubaran estava em busca de uma experiência diferenciada: “Quantas vezes já corri no Elevado Costa e Silva? Muita gente vai correr prova por conta do kit… Não dá. Eu queria fazer uma coisa nova”, conta.
“Minha intenção é aproximar culturas. Nenhum contato entre seres humanos tem que ser difícil”, diz o corredor. Ao longo da corrida, que é praticamente plana, os corredores atravessarão dois rios. Ao invés da tradicional sinalização, 20 índios estarão espalhados pelo percurso para orientar os atletas. #ChicoMendesChora
Antes da largada, os índios farão uma apresentação de dança para os corredores e o pajé vai rezar para desejar boa sorte aos visitantes. Também vai ser possível ter o rosto pintado pelos índios. Naturalmente, vai dar para fazer compras: uma exposição de artesanato exibirá adornos, cocares, pulseiras, arcos e flechas, além de comidas e bebidas típicas.
Quem quiser participar tem que correr pois o prazo para se inscrever termina no dia 12 de junho, quinta-feira. E se tem uma coisa que causa ainda mais polêmica do que fazer uma prova de corrida dentro de uma reserva indígena é fazer uma prova de corrida dentro de uma reserva indígena que custa R$ 207. Informação importante: quem jogar qualquer coisa no chão será desclassificado imediatamente.
