Em Dublin, correndo sua terceira maratona

Paulo Vieira

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NÃO CONHEÇO MUITA GENTE QUE ADENTROU ao maravilhoso mundo do cascalho e parou na meia maratona.

Se o caboclo chega aos 21K, raramente fica por ali. Fazer uma mara vira verdadeira obsessão. E feita a primeira, outras vão sendo empilhadas.

O exposto pode ser pretexto para o editor deste pasquim declinar pela enésima vez os relatos de suas seis maras – seguem nos links abaixo –, mas também para abrir espaço para o Camillo Faias, camarada mineiro que este ano vai para a sua terceira.

SP, MINHA PRIMEIRA MARA

SP, A SEGUNDA MARA, SOB SOL DE DERRETER CATEDRAL

NOVA ZELÂNDIA, A TERCEIRA, JET LAG DOS DIABOS

RIO, QUARTA MARA, FAIXA DE GAZA EM COPACABANA

UPHILL RIO DO RASTRO, QUINTA MARA, VIRANDO NINJA DE ARAQUE

UBERLÂNDIA, SEXTA MARA, COM NILSON LIMA DE PARANINFO

Ele escolheu um lugar especialíssimo para seus novos 42K: Dublin, na Irlanda.

A prova, disputada por cerca de 20 mil corredores de mais de 60 países diferentes, é no próximo 28 de outubro.

Evoé.

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MINHA ESPOSA ME DEU OS PARABÉNS. “Dia do Maratonista”, justificou. Me faz, claro, lembrar de minhas experiências com a modalidade que, não por acaso, é a última competição dos Jogos Olímpicos e é a única em que o vencedor recebe a medalha durante a cerimônia de encerramento.

Não é pouca coisa, não!

Em 2015, com menos de um ano de corrida, fiz minha primeira meia maratona. Como fui capaz de correr todo o percurso, mesmo que lentamente, fiquei muito empolgado e planejei minha estreia nos 42K para três meses depois, na maratona de Buenos Aires.

Maratona de Dubin de 2015/Foto: William Murphy/Flickr

Viagem fantástica, corrida bem organizada e tempo pífio. Não havia realizado um treino específico para a prova.

Depois disso, decidi me preparar mais (mais, não melhor) e correr os 42K novamente, mas apenas em 2017.

Daquela vez em Porto Alegre, pois acreditava – e ainda acredito – que baixas temperaturas são fundamentais para encarar essa prova.

Quando digo que me preparei “mais”, mas não “melhor”, quero dizer que treinei sem o acompanhamento de uma assessoria e sem uma programação específica para a prova.

Resultado: 35 minutos a menos do que o tempo da primeira maratona. Não posso negar que fiquei satisfeito!

Para esta minha terceira maratona resolvi juntar meu desejo de correr com a realização de um sonho de minha esposa, que sempre quis viajar para a Europa.

Assim, a prova escolhida foi nada menos que a Dublin Marathon, que, dizem, é uma das melhores provas do Velho Continente.

Com tudo planejado, passagens compradas e hotel reservado (pertiiiiinho da chegada para minha esposa não arrumar uma desculpa para não me esperar e evitar meu abraço suado), mal me lembrei de buscar uma preparação específica para a prova.

Mas aí, por curiosidade, entrei no perfil oficial da prova no Face e lá encontrei  uma planilha de 23 semanas de treino para a maratona. Agora, pela primeira vez, vou encarar os 42K melhor preparado.

Estou na 12ª semana da planilha e novamente cheio de expectativas, pois, no caso da maratona sempre parece que é sempre a primeira vez!

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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