SUÍTE É O TERMO TÉCNICO, o jargão usado pelo jornalismo para indicar uma matéria que segue por alguns dias no jornal. Em geral, trata-se da continuação de uma reportagem exclusiva, uma história que só aquele meio de comunicação tem.
Não faria sentido chamar de suíte, destarte, a cobertura ordinária de Brasília. Não ensejariam suítes as conversas nada republicanas do presidente Temer, por exemplo, ou a profusão de escândalos que dia sim, dia sim, colocam seus ministros na berlinda. As histórias têm de ser incomuns.
Fiz esse nariz-de-cena pois 1) estava com saudade deles e 2) precisava de uma justificativa formal para esticar um assunto que insiste em aparecer neste pasquim.
Não que vocês se incomodem com isso.
É que nessa história do quilômetro da maratona em que a onça pede água faltavam ainda as respostas de um dos entrevistados, o educador físico da franquia “Clandestino” Danilo Balu.
Não faltam mais.
DANILO BALU, O DEMOLIDOR DOS MITOS DA CORRIDA
ATACANDO OS CÂNONES DA NUTRIÇÃO
DEIXAR A MARATONA É COISA DE CABEÇA OU A PARADA É MAIS EMBAIXO?
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“Eu acho que o quilômetro mais difícil na maratona é o 36.
Não tem muita explicação, mas é comum fazermos aqui no Brasil longos de até 35-36K para a maratona. E essa prova é em parte um bom “correr no escuro”.
Quando você chega bem treinado, você acha os 10K um passeio. Passa pela meia aquecido. Do 20K ao 30K está confiante, já fez isso algumas vezes.
E é mais ou menos no 36K que, cansado, você se depara com um terreno poucas vezes aventurado.
As reservas de energia já estão em níveis quase críticos, os competidores estão em silêncio, muitos quebraram pelo caminho – e você os viu –, o corpo dói, as pernas não respondem como você gostaria quando tenta acelerar.
Você está correndo no escuro por não saber exatamente o que o corpo vai lhe dizer nos próximos mil metros.
E ainda faltam longos 6K.”