POR MOTIVOS ÓBVIOS, NÃO TENHO NENHUMA SAUDADE dos plantões na Folha de S. Paulo. Mas não os odiava, talvez por haver bem menos gente no jornal nesses dias. Em 1996, num dos meus primeiros sábados de plantão à frente da Ilustrada, caiu-me no colo a morte da cantora Ella Fitzgerald e tomei a decisão equivocada, creio, de virar a capa de segunda-feira do caderno com essa notícia.
É bom dizer que na década de 1990 as pessoas ainda liam jornal de papel – o UOL devia ter alguns meses de idade –, mas mesmo assim a notícia ficaria velha na segunda. A capa originalmente programada devia ser bem gelada, de qualquer forma.
Quando chegava o fim de ano pensávamos numas pautas ainda mais frias para segurar a onda nos dias de noticiário cultural vazio. Sempre havia umas ideias do bem, uns contos de Natal, coisas do tipo.
Pois essa semana farei o mesmo por aqui.
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A PRIMEIRA HISTÓRIA DA SEMANA tem como protagonista a Rebecca, menina de 7 anos que trata de um câncer na glândula pineal no hospital do Graacc, o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer. Mas antes é preciso introduzir outro personagem, o Carlos Dias.
No sábado, acompanhei junto com os alunos da assessoria Pacefit uma palestra desse ultramaratonista que o JQC apresentou a seus leitores aqui.
Desde que, por uma casualidade, conheceu o Graacc, Carlos vem ajudando na divulgação da instituição. Em seus desafios em condições extremas, atravessando o Brasil inteiro do Oiapoque ao Chuí ou ficando horas e horas sobre uma esteira pelas capitais do país, ele chama atenção para o trabalho desenvolvido pelo Graacc e já mostra à audiência maneiras concretas de apoiá-lo.
Uma delas é entrar em seu site e comprar “quilômetros” de suas corridas. Parte do valor ali doado vai para o Graacc.
Agora Carlos vem divulgando a história da Rebecca. Conversei com o advogado Klaus Radulov, pai dela, que neste começo de tarde de segunda estava voltando ao Graacc para ficar com a filha após passar mal com uma transfusão de sangue.
A família mantém uma página no Facebook, o Ajude a Rebecca a Vencer, para todos que queiram ajudar, espiritual ou financeiramente. “Uma coisa é ter uma filha doente por uma semana, a outra por um ano. É uma conta física, psicológica e financeira que não é paga sem ajuda”, disse Klaus.
Apesar do tratamento ser custeado pelo Graacc, há os remédios, os deslocamentos e o tempo de trabalho dedicado exclusivamente à filha.
Ela irá passar por tratamento até abril de 2017. Na página do Facebook há vários vídeos curtos em que a menina canta ou agradece a todos que vêm torcendo por ela.
Se você quiser ajudar financeiramente, pode fazer um depósito na conta da mãe, Flavia Almeida Radulov. Eis os dados.
Banco Santander
Agência 0001
Conta 01068355-9
CPF da Flavia: 292 541738-86