Pouca gente duvida de que a melhora da condição física depende de poucos fatores. Um deles é crítico: deixar o carro em casa e passar a usar mais vezes o transporte público.
O carro parado ajuda geral: na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, os 7 milhões de automóveis da frota produzem 63% do material particulado presente na poluição atmosférica segundo estudo do Instituto de Física da USP levado à cabo neste semestre.
É sabido que a poluição de ar, especialmente em áreas urbanas, é associada ao agravamento de doenças respiratórias, cardiovasculares e neurológicas. No inverno o bicho pega ainda mais com as más condições de dispersão de ar. Material particulado e sabe-se-lá o que mais aterrisa nos nossos brônquios.
Pois é: o meu, o seu, o nosso carro TEM TUDO A VER com isso.
MARCIO ATALLA E O GANHO DE SAÚDE COM O CARRO EM CASA
Por outro lado, o transporte público não é conveniente para boa parte da população, que prefere andar com um sofá e uma poltrona vazios a seu lado enquanto se dirige ao trabalho. Sim, nem tente pegar o metrô na hora do rush. Mas os corredores de ônibus e os bilhetes de integração ajudaram muito na atratividade do sistema.
Quem tem mais flexibilidade de horários ou não precisa estar no trabalho às 8 da manhã, contudo, encontra um sistema razoavelmente viável.
DICA DA PERSONAL CAMILA HIRSCH: USE ESCADA NO METRÔ E SAIA DO ÔNIBUS ANTES
As cidades que são referência em qualidade de vida investem num sistema de transporte de massa com pequenos deslocamentos a pé ou de bicicleta. Como Helsinki, a capital finlandesa, que tem um plano ousado para 2025 baseado no pressuposto cristalino de que é necessário reduzir a emissão veicular de poluentes. Prioridade total, portanto, aos trens e às curtas jornadas a pé ou de bicicleta.
Um estudo japonês publicado na conferência anual da American Heart Association, que aconteceu neste fim de semana, em Orlando, apontou que quem utiliza o transporte público tem 27% menos risco de se tornar hipertenso e 34% de se tornar diabético.
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Os números de quem prefere o transporte público chegam a ser melhores de quem apenas caminha ou pedala para ir ao trabalho.
A hipótese dos pesquisadores é de que esses deslocamentos seriam mais curtos do que as caminhadas que os usuários de transporte público fazem para chegar à estação ou ao ponto.
Quer pegar leve no começo? Deixe o carro parado um dia por semana; e se você é de Sampa e já faz isso no seu dia de rodízio, aumente a greve branca para dois.
Paulistanos e brasileiros de ontem, hoje e amanhã agradecem.