Com a mesma regularidade um tanto irregular com que eu treino, ou treinava, eis nossa resenha de cinema de (quase) todas as sextas-feiras. E a quem for assistir a “São Silvestre” na Mostra Internacional de São Paulo já fica o convite para compartilhar com os amigos do JQC suas impressões na semana que vem.
Como de costume, a resenha abaixo é do parceiro José Edward Janczukowicz – ah, esses sobrenomes poloneses.
“As Parceiras” focaliza a trajetória de duas atletas: Chris Cahill (interpretada por Mariel Hemingway) e Tory Skinner (Patrice Donnelly). Elas se preparam para os Jogos Olímpicos de 1980, os de Moscou (e do ursinho Misha), competição que sofreu com o boicote dos Estados Unidos e seus satélites.
Nas pistas de corridas, Chris conhece Tory, uma veterana campeã em busca de mais um título. As duas se tornam amigas e, em pouco tempo, iniciam uma relação homoafetiva. Acreditando no potencial da companheira, Tory convence seu rigoroso treinador, Terry Tingloff (Scott Glenn), a fazer de Chris mais uma vencedora.
Trivia: o diretor Robert Towne, roteirista de clássicos como “Bonnie e Clyde” e “Chinatown”, teve a ideia do filme a partir de sua convivência com astros e estrelas das pistas de corrida; Mariel Hemingway, por sua vez, treinou por mais de um ano se preparando para seu papel.
“As Parceiras” também traz uma série de atletas da vida real como coadjuvantes: Jane Frederick (pentatlo), Jodi Anderson (pentatlo), Deby Laplante (corrida com barreiras), Pam Spencer (salto em altura), Maren Seidler (arremesso de peso) e Kenny Moore (maratona).
Outro destaque é o maratonista na vida real Kenny Moore,que correu as maratonas olímpicas de 1968 e 1972 – nesta última chegou em quarto lugar. No filme ele interpreta um nadador olímpico e jogador de polo aquático.
Mais trivia: os engenheiros de som não conseguiram capturar som direto audível das passadas dos atletas e resolveram engenhosamente o problema, na pós-produção, percutindo uma plataforma especialmente preparado para capturar sons mínimos. O nome dessa equipe de “dublagem” é conhecida como “Artistas do Foley”, homenagem a Jack Donovan Foley, criador dos efeitos especiais para o cinema na década de 40.