Muito antes de Angelina Jolie revelar que tirou os seios e iniciar uma discussão sobre tratamentos preventivos (e invasivos), eu já havia cuspido num potinho e enviado pelo correio americano para a 23andMe, empresa de genômica pessoal e biotecnologia, que analisa o DNA e faz relatórios sobre propensão à doenças e heranças genéticas. É claro que essa é uma explicação bem básica do trabalho deles, que vendem esses testes pela internet, por US$99, e já arrecadaram mais de US$50 milhões de dólares em investimentos.
Semana passada, 2 meses após eu ter enviado o teste, recebi um e-mail avisando que 80% dos resultados já estavam disponíveis. Fiz meu login no site da empresa e coloquei o meu inglês + google translate à prova, interpretando os resultados. Felizmente, a navegação é bem simples e intuitiva, os gráficos são incríveis, as informações claras e estão divididas entre Saúde e Ancestrais.
Na primeira parte, você fica sabendo qual é a sua probabilidade de ter determinadas doenças, acima, abaixo ou na média do seu grupo étnico. Há também dados sobre a aceitação ou não do seu biotipo genético a determinados tratamentos e medicamentos. Na segunda parte você consegue informações sobre os seus ancestrais, desde o quanto de Neandertal você tem (no meu caso 2,5%) até de quais países eram seus tataravós.
Mas o que isso tem a ver com corrida? Tuuudo. Lendo sobre o meu tipo muscular, por exemplo, descobri que tenho mais aptidão para correr 100 metros rasos do que maratonas. E isso me fez lembrar o quanto sofri em minha primeira e esquecida corrida: 400 metros, no Endesca, as olimpíadas das escolas Adventistas. Eu, com meus 13 anos e pernas longas, quase morri ao terminar a prova, mas a medalha de bronze me garantiu 1 semana de pão de mel grátis na cantina.
Voltando ao teste do 23andMe, nele descobri que não tenho tendência à obsedidade, porém, por conta do risco maior em desenvolver 4 tipos de câncer, é bom eu repensar a minha alimentação. A boa notícia é que tenho um risco muito abaixo da maioria das pessoas para diabetes e doenças mentais. Ah! E a minha chance de viver até os 100 anos é maior do que a média também! 🙂
Compartilhei as informações do teste só com o meu marido, que brincou de combinar nossos dados para saber as “probabilidades” dos nossos futuros filhos, que podem ter olhos castanhos (70%), verdes (26%) ou azuis (4%) e também terão estrutura muscular de velocista, com boa explosão. Pretendo levar os resultados a alguns médicos, como a nutricionista, para saber o que mais podemos fazer para prevenir doenças.
E, só para descontrair um pouco, a empresa também oferece a “sua melodia”, feita com base nos códigos do seu DNA. Única e exclusiva, tocando cada célula do seu corpo… <3 Ouça a minha aqui.
Se quiser saber mais detalhes sobre o teste, leia o post explicativo que o Marco Gomes fez.