Há duas semanas fui até o estádio do Morumbi, mesmo sendo palmeirense, para fazer um teste ergoespirométrico, aquele que, além dos eletrodos, utiliza uma máscara para analisar os gases que você solta pela boca e nariz enquanto corre. O teste também é conhecido como cardiopulmonar e avalia o desempenho máximo do corpo, medindo a resposta dos sistemas pulmonar, cardiovascular e muscular.
Não é nenhum bicho de sete cabeças, para fazê-lo você precisa apenas tomar um café da manhã leve, estar bem física e psicologicamente, ir até o local com roupas e tênis de corrida e salvar de 30 minutos a 1 hora do seu dia. Em um primeiro momento você preenche uma ficha com informações gerais sobre sua saúde, depois o médico conversa contigo sobre seu histórico esportivo, com perguntas também a respeito de doenças hereditárias, medicamentos, cirurgias e coisas mais leves, como “o que você sente/pensa enquanto corre ou se exercita”. Depois vem a parte de colar os eletrodos no seu corpo (11!) e ficar deitadinha enquanto o médico acompanha os seus batimentos “normais”. É nesse momento também que ele mede a sua pressão pela primeira (de muitas) vez.
Já na esteira, o médico coloca em você a máscara que vai “absorver” os gases da inspiração. Ele te diz, de acordo com o seu perfil, quantos minutos espera que você aguente, mas reitera que se sentir qualquer coisa durante esse período – dores musculares, falta de ar ou dores no peito-, pode e deve pedir para parar. Outra coisa que pode interromper o teste é você bater alguns dos limites considerados aceitáveis, tanto em termos cardíacos quanto respiratórios, na tela do computador há uma telinha indicando em quantos % desse máximo você está a cada momento.
O teste na esteira começa com um ritmo bom, de caminhada normal e, a cada minuto, vai aumentando a velocidade até que você não aguente mais correr. O que eu achei mais desconfortável foi o médico tendo que medir a pressão em vários momentos, isso é, segurando meu braço com um estetoscópio, me fazendo perder parte do equilíbrio que eu já não tenho. Sim, a minha coordenação motora não é lá muito boa. Mas eu não cai! E ainda aguentei ficar correndo 30 segundos mais do que havíamos combinado.
Após eu pedir para parar, fiquei andando, cada vez mais lenta, por uns 3 minutos, para estabilizar o meu corpo e o médico registrar como “desacelero”. Estranhamente, fiquei animada depois do teste, que durou, na esteira, uns 15 minutos. Não se pode dizer o mesmo quando olhei o resultado, que chegou por e-mail nessa semana e, em meio a vários gráficos, dizia: “elementos sugestivos de baixa eficiência ventilatória ao esforço e fraca aptidão cardiorespiratória”. Tudo bem, eu não queria correr uma maratona mesmo, só 10K. Mas antes de chorar, decidi esperar a análise da minha médica. Em breve, compartilharei com vocês cenas dos próximos capítulos ; )
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