Com as férias, vem a perda de condicionamento. Será que é assim?

Paulo Vieira

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NUMA POSTAGEM DAS PRISCAS ERAS DESTE PASQUIM, o fisiologista do exercício e ex-atleta olímpico Paulo Correia respondeu a uma dúvida bastante frequente – e pertinente – dos esportistas amadores.

Volto a ela, a dúvida, e também à resposta do especialista, por ser esta época natalina bastante propícia para a tigrada deixar para depois de amanhã o que pode fazer hoje.

Mas se você tem a festa de fim de ano da firma depois do expediente – a) existe ainda festa de fim de ano de firma?; b) existe expediente? –, meu singelo conselho é não cabular o cascalho da manhã.

Se você é como eu, é o 14zinhoK logo cedo que vai dar aquela moral – e o salvo conduto – para manguaçar um pouquinho mais à noite.

Back to 2015:

Jornalistas que Correm – Perde-se condicionamento quando a gente para por 72 horas?

Paulo Correia – Isso é mito. Não se perde condicionamento físico em 72 horas. Quando vamos para uma competição de alto nível (pan-americano, meeting etc), é um período próprio para recuperação dos efeitos lesivos do treinamento. É o tempo de nossas reservas energéticas voltarem à plenitude, o ápice da supercompensação. Isso se dá em dois ou três dias, dependendo da prova.

Pode gerar confusão montar um programa de treinamento, e nele a pessoa ficar sem treinar por um, dois ou três dias. Uma certa fase do programa exige acúmulo de trabalho, e perder um dia pode ser prejudicial. Aí não se trata de descanso. Num treinamento decente, até o descanso é programado.

JQC – Mas pensando num sujeito que está longe do alto rendimento, ainda que venha baixando tempo nas meias maratonas, por exemplo, esse período perdido continua sendo inócuo?

Correia – O problema é a causa da parada. Há muitas situações. Durante a fase competitiva, se um corredor tem dois dias de descanso e acrescenta mais um, não há problema. Se estiver numa fase de preparação e fugir da programação, poderá não ter ganho.​ Se a parada acontecer por uma gripe, por exemplo, terá perda de condicionamento, mas parar é necessário.

Enfim, quem dita se a parada é benigna, maligna ou sem consequências é o programa de treinamento. Se há uma semana de treinos de força e três dias são perdidos, isso será catastrófico.

Foto da home: Lauren Spurlock/Flickr

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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