Para correr sem muvuca em Jurerê

Paulo Vieira

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A CAPITAL DO TRIATLO NO BRASIL é Florianópolis, que recebe há 17 anos a única etapa do Ironman brasileiro, sempre em maio. Em 2017, Floripa foi cenário das quebras dos recordes mundiais feminino e masculino da competição.

E em Florianópolis tudo ocorre em Jurerê. É na sua praia de águas mansas que os competidores fazem os 3,8K no braço e nas ruas do bairro que completam os 42,2K da maratona. O pedal é bem mais longo, mas largada e chegada também se dão no famoso balneário do norte da ilha.

Digo tudo isso para comentar que a praia anda bem cheia nestes dias, e se você é daqueles que não conseguem deixar de fazer um cascalhinho – mesmo a 30 graus de temperatura média –, há um lugar em Jurerê que desconhece a muvuca.

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Chama-se Canto do Lamin, e está mais para Canasvieiras, é verdade, mas tudo bem.

Sugestão: comece o cascalho no extremo oeste da praia, na altura do parador 12, e siga toda a extensão da praia, rumo leste. Fuja da areia utilizando as ruas paralelas à avenida dos Búzios, sempre vazias.

Vai ser difícil estar desse jeito/Foto: Tiago Dutra/Flickr
Vai ser difícil estar desse jeito/Foto: Tiago Dutra/Flickr

Ao final da Búzios – no começo dela, melhor dizendo –, fica a rua Jurerê Tradicional. Tome-a a direita, na direção contrária da praia e não a largue mais. Logo ela vai se tornar uma inesperada estrada de chão de cerca de 4,5K, pontuada por sítios e pequenas propriedades rurais.

O final dela já é no bairro de Canasvieiras, e você pode voltar a Jurerê pela estrada Tertuliano Brito Xavier, que liga os dois bairros, caso não queira correr pelo mesmo caminho.

Ela é bastante movimentada e estreita, por isso pondere bem antes de tomar a decisão.

Se retornar ao ponto de origem, na ponta oeste da praia, o cascalho terá cerca de 15K, uma São Silvestrinha particular sem muvuca nem pipoca.

 

 

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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