Uma esteira sem motor

Paulo Vieira

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SE MINHA MENTE FOSSE DOTADA de um pouco de visão de futuro (e um pouco mais de visão de presente também), eu poderia ter criado uma esteira sem motor.

Antecipar-me-ia (alô, alô, Michelzinho) assim à fabricante de equipamentos esportivos Movement, que lançou no primeiro semestre deste ano a Rock Force, uma esteira exatamente assim.

É que a primeira vez que eu subi numa esteira eu não sabia que era necessário ligá-la. Passei uns bons 15 minutos – 10, vai –, fazendo uma força dos diabos. Alguma coisa deve estar errada, eu pensava.

Dá-lhe core
Dá-lhe core

Daquele jeito não dava para correr muito. Jamais chegaria nos 80 minutos, meu recorde de permanência em esteira – vai saber onde eu tirava paciência. Por outro lado, iria levar os músculos das minhas pernas a interessantes extremos de força.

Era um belíssimo treino, e a esteira, um negócio da China.

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A ESTEIRA SEM IMPACTO

Pois hoje eu fui conhecer a Rock Force na academia Needs, em Moema Índios, SP. O muito atencioso coordenador Beto Nogueira me mostrou as possibilidades da dita cuja, que é muito simples, dotada de uma espécie de “câmbio”, com sete marchas – na verdade, freios que exigem esforço crescente.

Beto usa a esteira para trabalhos de força: exercícios com apenas uma perna, puxadas, simulações de caminhadas com trenó etc.

Utilizando-se um elástico que impede o avanço do usuário, o treino se torna ainda mais exigente. E quando a gente só usa uma das pernas para mover a esteira fica claríssimo o trabalho da região abdominal, o famoso “core”.

Tirando o aspecto nada lúdico da coisa, um problema eternamente insanável, a Movement acabou de inventar a esteira 2 em 1. Tanto pode funcionar para os corredores como esteira propriamente dita (é preciso ter enorme disposição) como, nos dias alternados, de plataforma para exercícios de musculação/funcional.

 

 

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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