Que saudades de um belo carrapicho

Julia Zanolli

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Querido corredor urbanóide: sai dessa vida. Essa história de ficar maltratando o joelho no asfalto cansa. Esqueça os carros, a busca desesperada por uma sombrinha e aquele tênis minimalista descoladérrimo e vá para a grama.

No meu caso, foi em uma fazenda no interior de São Paulo neste fim de semana. Teve passarinho, carrapicho, um pouco de barro e uma paisagem incrível. E deu para suar a camisa para valer mesmo com 35 minutos de treino.

Fazenda Cascata, em Marília, interior de SP
Fazenda Cascata, em Marília, interior de SP

Além de queimar mais calorias do que a corrida na rua, a grama absorve mais o impacto e por isso dá um merecido alívio para as articulações. Também trabalha mais a musculatura, já que obriga as pernas a se estabilizarem a cada passada.

Voltando ao tênis minimalista: para não correr o risco de torcer o pé, vale investir em um modelo mais estável e estruturado. Fique de olho também em desníveis e desvie de buracos e outros mistérios. Se a grama estiver molhada, use um tênis específico para corrida off road e tome ainda mais cuidado para não escorregar.

Pasto, pista e ponto de encontro da juventude
Pasto, pista e ponto de encontro da juventude

Para diminuir as surpresas, procurei seguir uma trilha na grama, talvez traçada pelo gado que pasta por ali. Como a fazenda fica ao lado da cidade, o acesso é bem fácil. Tão fácil que meu avô apelidou a área de “maconhódromo”, porque nem só corredores e vacas circulam por ali.

E a emoção de pular a cerca?
E a emoção de pular a cerca?

Meu tênis, já cansado do tédio da cidade grande, viveu intensas emoções e conheceu pela primeira vez o barro. Dica esperta para limpar sem fazer muita sujeira: passe uma escova de dente úmida pelas ranhuras da sola, fica novinho para a lona imaculada da esteira de novo.

Tênis novinho com uma escova de dente e um pouco de paciência
Tênis limpinho com uma escova de dente e um pouco de paciência

 

 

 

 

 

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Julia Zanolli

Julia Zanolli começou a correr em nome do bom jornalismo quando foi trabalhar na revista Runner’s World sem entender nada do assunto. A obrigação virou curtição, mesmo depois de sair da revista. Se livrou do carro para poder andar a pé pela cidade, mas é fã assumida de esteira. Prefere falar de comida do que de nutrição e acha que ter tempo é muito melhor do que matá-lo.

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