Tudo convergiu para o meu grande dia. Depois de alguns finais de semana intercalando plantões em dois jornais diferentes, eu tive uma folga. Dormi bem, acordei melhor ainda e passei o dia curtindo a minha família. O sabadão estava lindo. Muito sol e calor. Foi então que no final de tarde fomos ao parque Anália Franco que, por causa do feriado de Finados, estava fechado. Sem pensar em desistir, fomos para uma das pistas no Tiquatira, na Penha, Zona Leste de São Paulo.
Meu namorado corre sempre e já começa correndo. Olhei pra ele e resolvi imitar, um pouco mais devagar, claro, mas decidi que iria colocar em prática o tempo que vinha desenvolvendo na esteira da academia. Comecei correndo um minuto, depois três, cheguei a oito e, finalmente, 15 minutos. Quando deu 15 minutos de corrida pensei: “Quem corre 15, corre 20”. Foi com esse pensamento que cheguei a 60 minutos.
Os desafios não foram poucos. Primeiro, uma dor na panturrilha direita quase me fez parar, mas não parei. Depois de um tempo, meu joelho esquerdo dava o ar da graça, mas não desisti. A última dor que eu lembro foi na ponta do pé esquerdo, mas imagina que naquela altura eu iria começar a caminhar. Meu corpo não permitiria diminuir a velocidade. Eu sabia que conseguiria. Nesse dia, muito rock and roll me acompanhou. Confesso que algumas lágrimas rolaram no processo.
Pronto! Sessenta minutos. Só pensava em uma água de coco gelada.
Neste momento, tudo dói, mas é a dor mais gostosa e regada a orgulho que eu já tive.
Caroline Apple – jornalista, mãe da Izabel e dona de lindas tatuagens inspiradas nas obras de Miró, escreve sobre arquitetura e construção, mas gosta mesmo é de um bom show de rock.
Oi Carol, Bom Dia.
Adorei seu relato rs.
Moro na Tiquatira. Pode me dizer a partir de que ponto começou a correr. Quero tentar 5k.
Obrigada beijão e parabéns. 🙂