Não sei se alguém irá me alimentar quando eu tiver 64, como na velhíssima música dos Beatles. Isso não deverá ser um problema para o Boss Bruce Springsteen, que completa esses 64 segunda que vem, dia 23. No show muscular de ontem, em São Paulo, ele endereçou mais de 30, talvez mais de 35 músicas à plateia. Eu cronometrei. Do início pontual ao último bis foram 3’30” de show.
Talvez você consiga ficar no palco um tempo desse, mas fazer isso com a constância e a entrega do americano é para poucos. De tempos em tempos ele pegava garrafas d’água e se banhava com elas, exatamente como fazemos em corridas mais longas ou quentes. (Enquanto isso, nada de chegar “Born to Run”, que tocou lá pela meia-noite, antes de “Dancing in the Dark”).
A receita Bruce, pelo que pesquisei, envolve 10K diários, levantamento de peso e uma dieta principalmente vegetariana. Coisa que ele repete há 30 anos. É o que lhe permite ter quase o mesmo shape, senão o mesmo, de quando era adolescente, nas palavras do guitarrista Steve van Zandt, que o acompanha desde os 16.
Eu não sei onde estou falhando, mas minha lombar não gostou nada que eu ficasse 3’30” em pé ontem. Fico pensando quão ocultas essas dores permanecem em alguma grande atividade física. Elas não se manifestaram nas minhas duas últimas corridas de ida e volta ao Pico do Jaraguá (na primeira, sim).
Mas ontem eu tinha de aguentar, até por gratidão pelo que o cara fazia. Bruce não parou de chamar gente ao palco (um garoto pediu a namorada em casamento na hora de “She’s the one” – foi emocionante) e energizou até os temas menos conhecidos como “41 Shots” e “Shackled and drawn”. Além de ter aberto com Raul Seixas (“Sociedade alternativa”) e tecer loas à audiência paulistana. A gente já ouviu em muitos shows essa conversinha de “sermos a melhor plateia do mundo”. Mas dou ao Bruce, ele merece, o benefício da dúvida.
Olê, olê, olê, olê, Brucê, Brucê
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