Desvendando o trote

Paulo Vieira

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CHEGUEI AO MUNDO DA CORRIDA UM TANTO chucro. O que só me ajudou, acho, a formatar, a dar o start, depois o imput, então o overview, agora o environment – muito bem, vamos começar de novo.

Não ter comungado lá atrás de alguns valores, de certos lugares comuns e jargões dos profissionais desse negócio – na verdade mais dos corredores amadores Tássia© do que dos profissionais – ainda faz com que eu possa fazer perguntas que soariam embaraçosas para iniciados, por soar confissão de vil e ignóbil ignorância.

O que é excelente, acho©, para o leitor. Nada pior para o exercício do jornalismo do que um superego vivo e chutando.

Por isso não me incomoda em nada virar para luminares como o grande especialista de corrida no Brasil, talvez por ser diletante, o juiz de direito e velocista Iberê Dias, e perguntar: “Iberê, o que é o trote? Para que serve?”

Por “Messenger” ele respondeu a este pasquim. Não só respondeu como já foi passando a receita.

O TROTE ENTRA

a) Antes dos treinos fortes, como aquecimento. “Absolutamente essencial. O ideal é que seja leve. Para quem curte frequência cardíaca, algo entre 65% e 70% da máxima.”

b) Depois dos treinos fortes, para soltar: “Estudos mostram que o trote depois do treino ajuda a aprimorar o uso do lactato como combustível, o que aumenta a eficiência do cabra. E serve para aumentar o volume de treino.”

c)  Para regenerar. “É o famoso treino leve, ou trote regenerativo, que, no entanto, não serve para regenerar nada, segundo a ciência. Mas é fundamental para ajudar a aumentar o volume de treino, que é fator crucial para quem quer melhorar as próprias marcas (até um certo limite, é verdade; mas um limite bem superior ao que a vasta maioria dos amadores costuma fazer). Aqui utiliza-se algo em torno de 70% da frequência máxima.”

ZR E ZRA

Outro amigo deste pasquim, Mario Sergio Silva, o Run, que digo, o Fun da Run & Fun, disse o seguinte:

“O trote ajuda na regeneração após treinos intensos ou mesmo como equilíbrio entre semanas de treinos mais fortes e as semanas de [treinos de] recuperação.”

E foi além:

“Nós sempre usamos o trote para a ZR (Zona Regenerativa 65-75% [da máxima de frequência cardíaca]) e há um ano e meio lançamos a zona ZRA (Zona de Recuperação Ativa), que vem abaixo da Regenerativa, ou seja, algo como 55-65%.”

“Para muitos, isso significa andar.”

Ele também explicou como avia o “ZR” e a “ZRA”. O primeiro, para aquecer e desaquecer; e também para aumentar o volume de rodagem do corredor (como já falava acima Iberê).

O ZRA, para recuperação ativa entre os tiros, os piques de 85%-95% de frequência cardíaca que caracterizam os treinos de intensidade.

EM PÍLULA

Por fim Wanderlei Oliveira, o querido WO, deixou como resposta um sutra – aproveitem.

“Devagar e sempre: trote!”

GUIA SUMARÍSSIMO DO AQUECIMENTO

É PRECISO DAR LOGO UNS TIROS

UMA PLANILHA PARA COMEÇAR A CORRER, POR WO

DISTENSÃO PRÉ-CORRIDA

LONGÃO, A HISTÓRIA POR TRÁS

TELMA, NÃO SOU TARAHUMARA

© copyright Riq Freire (“Tássia”)

© copyright Luiz Antonio del Tedesco (“acho”)

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

Um Comentários

  1. Avatar
    Antonio Bellas

    Excelente!!!!
    Simplicidade de explicação é o que falta a maioria, e aqui tem de sobra.
    Não falo mais pq sou suspeito, uma vez que sempre fui fã de primeira hora
    Abcs

    Responder

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