Quem pedala é mais feliz, revela pesquisa

Paulo Vieira

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ANDEI DE MOTO POR CERCA DE 30 ANOS. Fiel à Honda, tive uma CG-125, duas ou três XL-250 e mantenho em minha garagem, parada hacie rato, uma NX-200 que vai enferrujando miseravelmente.

A inação é intencional. É que ter uma moto mamão com mel, pronta para rodar, ainda que com documento mais frio do que currículo no LInkedin, é desestímulo na certa para que eu saia de casa com meu modal dos últimos anos: a bicicleta.

Se dá certa preguiça catar minha desatualizada Scott logo cedo para enfrentar esta pirambeira da Vila Ipojuca onde vim dar com meu saco de ossos, a felicidade que emana do pedivela é muito grande. Recomendo vivamente, como diria o Jefão.

Mas este post não é puro impressionismo. A lança é que foi feita uma pesquisa em Portland, Oregon, para medir a satisfação ou, para ser mais preciso, a felicidade no uso de diferentes modais de deslocamento pela capital da cerveja artesanal dos Estados Unidos.

CARRO X BIKE X CAMINHADA X ÔNIBUS

MOTOS, CUNHA & BOLAÑO

A BIKE CUROU A JORNALISTA

AUMENTA O PACE QUE ISSO É BICICLETA

Carro, bicicleta, transporte coletivo e deslocamentos a pé entraram na pesquisa. Como era de se esperar, quem caminha e pedala é mais feliz que seu conterrâneo motorizado; também é “pouco afetado” pelo trânsito. Entre o pedal e o SP2, quem vai na bike fica mais contente.

O abstrato da pesquisa, de autoria de Oliver Smith, da Portland State University, pode ser lida, em inglês, aqui.

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Portland não só tem o maior número de microcervejarias dos Estados Unidos como também o de salas de cinema e restaurantes por habitante do país; e ainda o maior contingente de ciclistas em relação à população, o que pode levantar certa suspeição.

De qualquer forma, convido os paulistanos incomodados com o destaque dado à bicicleta na gestão do prefeito Fernando Haddad, e que veem um aliado no atual zelador, a saírem a pedalar por aí. Se conseguirem deixar a chatice em casa, vão ver como são felizes.

É claríssima a campanha de jornais de bairro, como os que circulam nesta mui conservadora província da Lapa, de eliminar as ciclofaixas. Com o reacionarismo da atual gestão e a guerra ideológica que a bicicleta involuntariamente passou a protagonizar, é bem possível que haja reversão no avanço das ciclofaixas, que cresceram exponencialmente com Haddad.

São Paulo só iria mais uma vez contra o que se faz no mundo. Já vimos bastante esse filme. A diferença agora é que a sociedade civil está muito mais articulada, e não é possível ganhar todas no grito.

Sob qualquer aspecto que se enxergue a questão, a cidade SÓ ganha com a bicicleta.

 

 

 

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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