Bebendo e suando no maior clube de corrida do mundo

Paulo Vieira

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O MAIOR CLUBE DE CORRIDA do mundo não nasceu das planilhas dos gerentes de marketing das marcas esportivas de Seattle ou de Portland, cidades onde ficam os headquarters da Nike e da Brooks.

Cito Nike e Brooks um tanto aleatoriamente, como poderia falar Asics, Mizuno, New Balance, Hoka One One etc.

As marcas certamente adorariam, mas é preciso mais do que $$$$$$ para 12 mil negos se juntarem no primeiro sábado de cada mês em Copenhague, Bucareste, Auckland, Cupertino, Cidade do Cabo, Lisboa, Seul – a lista é imensa – para correr.

(Correr e beber, na verdade.)

Troque $$$$$$$$ por birita e a mágica começa a acontecer.

Pois o maior clube de corrida do mundo, o Mikkeller Running Club, é ligado a uma cervejaria dinamarquesa, a Mikkeller, e tem 180 sucursais pelo mundo. Quatro delas no Brasil: Rio, Recife, Curitiba e São Paulo.

Mas essa informação sobre as praças tapuias, publicada no site do clube, está um tanto desatualizada. Em São Paulo, por exemplo, Gilberto Tarantino, o organizador, ou “capitão”, como a cervejaria prefere, não carrega mais a tarja no braço. É um ex-capitão.

Não só não organiza mais o evento de sábado como não importa mais a Mikkeller.

“O pessoal queria beber de graça”, disse ao JQC.

Reunião do Run Club em Chicago
Reunião do Run Club em Chicago

Tarantino deixou de ser representante da Mikkeller em São Paulo e prepara para abril o lançamento de sua própria cervejaria no Limão, a Tarantino, com capacidade de “tancagem” de 20 mil litros.

Mas o MRC deixou frutos, e um parceiro do Gilberto, o professor de corrida da assessoria Quark Rodrigo Kimura, coordena provas de 5K e 10K com cerveja nos moldes do MRC em brewpubs pela capital paulista.

Rola uma neste sábado, no Brooklyn, falaremos mais sobre isso esta semana.

Corrida e cerveja têm absolutamente tudo a ver, como mostram lapidarmente o MRC e outras iniciativas mundiais, como a Beer Mile.

Nos cinco anos deste pasquim, a união dessas duas coisas maravilhosas vem sendo sistematicamente tematizada, como você pode ver abaixo.

SABER BEBER, SABER CORRER

CERVEJA, CORRIDA E SAÚDE

A MARATONISTA CERVEJEIRA

Cerveja e corrida é Vital e sua moto, é Claudinho & Bochecha, é Anitta e a fita isolante.

Disse no início que citava Nike e Brooks um tanto aleatoriamente, mas houve certo propósito. É que os QGs dessas duas marcas estão em Portland e Seattle, metrópoles incontestes da cerveja artesanal americana, verdadeiras disneylândias do lúpulo.

Faltou aos patrícios americanos dessas marcas dar um pulinho num dos tantos brewpubs dessas cidades para ter o estalo que tiveram os parças de Copenhague.

Perderam essa, playboys.

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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