Semana do Maratonista: Nelson Evêncio, Nuno Cobra e Nuno Cobra Jr. falam ao JQC

Paulo Vieira

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FECHANDO A SEMANA DO MARATONISTA, a última picaretagem inventada por este pasquim, seguem a desfilar por aqui celebridades do treinamento físico brasileiro.

O primeiro é Nelson Evêncio – acentos deveriam ser obrigatórios de acordo com a sonoridade da palavra, independente da vontade do proprietário –, decano presidente da Associação dos Treinadores de Corridas de Rua de São Paulo.

Evêncio foi capa da edição de julho de 2016 da Sport Life, revista para a qual eu contribuía nas priscas eras. Roubo a mim e aos parças o vídeo com o entrevista, embebido abaixo.

O som está aquém do desejável, mas é o que temos.

NELSON EVÊNCIO, 21 anos trabalhando com corrida, gosta da meia maratona e de provas ainda mais curtas. Mas já esteve oito vezes nos 42K, prova que o tira bastante da tal “zona de conforto” (“fico com vontade de ir ao banheiro, é meio complicado”).

Não incentivo ninguém a fazer a maratona, deixo a pessoa descobrir isso, sentir esse desejo e aí a treino para a prova dali a seis meses, um ano.

NUNO COBRA, 79, autor do best seller A Semente da Vitória, 104 edições – sim, 104, você leu direito –, coach físico e espiritual de Ayrton Senna, autor do “Método Nuno Cobra”, que consiste basicamente em considerar a expressão “no pain, no gain” como anátema.

Ana o quê?

Quando comecei a treinar o Ayrton, ele corria 25 minutos e desmaiava. Tinha um coraçãozinho pequeno. Fui empurrando seus limites gradativamente para níveis inimagináveis. Esse é o segredo do Método. Com quatro anos de prática, começou a desenhar um [sistema] cardiovascular abundante. Mas ele seguia o Método de forma absolutamente perfeita, antes e depois do treino.”

NUNO COBRA JR – o nome, creio, é bastante autoexplicativo. Segue diligentemente o método paterno (ver acima), mas aqui customizado, com toques lúdicos: se o pai tinha o exercício na barra fixa, a oitava, como trademark, Nuninho (ou Nunão, de acordo com o interlocutor) prefere o malabares e o slackline.

Meditação ativa é seu mantra, e é aí que entram o slackline e o malabares, que cumprem perfeitamente essa função.

Quer ouvir uma boa notícia? A corrida também cumpre. Não é a mesma coisa, mas a constatação de que correndo a gente não consegue se concentrar na música mostra que estamos quase lá.

Nuninho é também autor de um instigante livro sobre seu ofício, O Músculo da Alma (Editora Voo).

Atividades que exigem concentração e foco, como o malabarismo e o slackline são formas bem eficientes de meditação em movimento. Funcionam como um refresco ao seu cérebro. Ao realizá-las, mudamos o funcionamento das ondas cerebrais, entrando em estado meditativo, no qual não existe espaço para desenvolvermos o pensamento associativo.

É impossível fazer tais atividades e continuar formulando pensamentos como estamos acostumados a fazer ao longo do dia. Desta forma, elas funcionam como um treinamento perfeito para desenvolver o foco e a concentração.

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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