Testamos o Kinvara 9, da Saucony

Paulo Vieira

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A JULGAR PELA QUANTIDADE DE PESSOAS que acorreram ao evento de lançamento para a imprensa paulistana do tênis Kinvara 9, a marca Saucony e seu novo representante no Brasil, a BR Sports (do grupo de empresas de Carlos Wizard Martins e filhos), colocaram no mercado um blockbuster.

Creio que todos os blogueiros de corrida e até alguns jornalistas old fashion que tratam do assunto apareceram por lá, numa terça-feira perfeitamente civil.

Num espaço estrategicamente localizado junto a uma das entradas do parque Ibirapuera nossa pequena multidão foi dividida em três grupos.

Depois, cada um desses, ao entrar no parque, foi guiado por “pacers” por uma volta completa pelo circuito tradicional do “Ibira”. Dois dias depois de cumprir os 42K de Uberlândia, preferi o pace “intermediário”.

Ao longo de 3 ou 3,5K, os pacers mudavam algumas vezes de ritmo, o que permitiu constatar a boa resposta do tênis nas aceleradas.

O Kinvara 9, da Saucony

Isso pode não passar de mera sugestão, mas acho que pela primeira vez em quinze anos e fumaça de corridas constantes, consegui notar esse je ne sais quois que as marcas chamam de “responsividade”, a suposta capacidade do tênis de oferecer ganhos de energia após tocar o solo.

Tal ganho de energia viria de um propulsão mais eficaz por conta dos materiais usados na confecção do solado.

Cada fabricante inventa nomes para a tecnologia empregada no solado, e o da Saucony, marca centenária e portanto digna de crédito, é Everun.

Os diferenciais que os fabricantes costumam associar a seus produtos sempre me parecem abstratos, meio mágicos, para não dizer completamente marqueteiros, mas devo admitir que ando menos casmurro em minhas críticas.

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O próprio Kinvara 9, cujo solado de 2,3cm na altura do calcanhar já entra na minha categoria de “tamancos”, vem se comportando exemplarmente nas corridas – treinos, como vocês dizem – que faço desde que pus o bichão nos pés, há duas semanas.

Ele é muito leve, 213 gramas, segundo o fabricante, e seu drop é baixo, 4mm, o que certamente ajuda na percepção de conforto, já que a maior parte das minhas corridas – treinos, como vocês dizem – é na grama ou no que sobra dela após ser muito pisada.

Sou fiel a um já bastante idoso Nike Free, e, portanto, todas as comparações de conforto são bastante injustas com o novo candidato. Se este Kinvara vem se saindo bem na acomodação do pé às muitas oscilações dos meus pisos preferenciais, a dureza do cabedal, especialmente na região dos dedos, é um ponto negativo.

De qualquer forma, isso se manifesta apenas no meu pé esquerdo, o que me faz intuir que ele, meu pé esquerdo, é um pouco maior que o direito, que não acusa o problema.

Tenho uma edição antiga de outro Saucony, o Fastwitch 5, que me parece muito mais duro sob o pé, mas este Kinvara tende a ser melhor aproveitado nos meus cascalhos – até porque meu último Free já deve ir para seus 2 mil K.

Sem mais embromação: não fossem os 600 paus pedidos, eu comprava. Nos Estados Unidos, se vale como comparação, ele custa 110 doletas.

 

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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