Comida gostosa e boa forma é com Patricia Julianelli

Julia Zanolli

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Editora-chefe da Runner’s World e integrante da equipe desde seu lançamento, em 2008, Patricia Julianelli é uma das pessoas mais conscientes e disciplinadas com alimentação que eu conheço. E uma das mais esbeltas também. A barriguinha virou um belo barrigão por um bom motivo: seu primeiro filho, um menino, que chega nos próximos meses.

Patricia já passou por algumas emissoras de TV como a Cultura e a RedeTV e depois foi para a Editora Abril . Antes de chegar à RW,  foi editora de saúde, fitness e nutrição da VIP. Também apresenta semanalmente um boletim  no programa “Saúde em Movimento”, da rádio CBN.

Ela acaba de lançar um novo projeto, a página Boca Livre, onde compartilha seus valiosos conselhos de nutrição e mostra que dá para comer brigadeiro, sorvete, risoto, beber vinho e ainda ficar em paz com a balança. 

Abaixo, ela conta porque largou um bom salário na área de marketing para se dedicar ao jornalismo e mostra que dá para conciliar prazer e boa forma.

Nada não, apenas o dia a dia de uma jornalista que trabalha com corrida
Exclusiva com o Usain Bolt. Apenas mais um dia qualquer na redação, colegas

Jornalistas que Correm: Quando você começou a correr?
Patricia Julianelli: Em 2004 ou 2005. estava cansada da academia, então resolvi entrar para um grupo de corrida pra fazer um esporte diferente e ainda conhecer gente bacana, com pelo menos um objetivo em comum: qualidade de vida. Nunca me esqueço da primeira vez em que consegui correr por 1 hora: a alegria durante o treino simplesmente por estar ali correndo, o prazer pós corrida, o sorriso bobo de missão cumprida. Mas a gente treinava basicamente no concreto e um dia o joelho apitou: condromalacia patelar. Foi um balde de água fria na motivacão. Meses sem correr, fisioterapia, dor. A relação só voltou a ficar forte novamente depois que comecei a trabalhar na RW.

JQC: Você também é formada em publicidade e marketing. De onde veio a ideia de encarar o jornalismo?
PJ: Cheguei a trabalhar na área, a ter um salário bacaninha. Mas percebi que queria estreitar mais a relação com pessoas que com produtos. Então, pedi demissão e fui cursar jornalismo.  Comecei ganhando 300 reais na rádio Transamérica.

JQC: Qual foi a principal coisa que você aprendeu nesses seis anos falando de corrida na revista Runner’s?
PJ: Finalmente entendi o significado da palavra meritocracia. Sem treino, não há resultado na corrida. E grandes conquistas requerem estratégia, planejamento, foco, disciplina. É uma lição que deveríamos carregar para outras esferas da nossa vida. E que poderia ser assimilada por dirigentes de outros esportes, como o pessoal da CBF, por exemplo.

JQC: Os treinos ganharam um novo significado com a gravidez. Como foi essa mudança?
PJ: A chegada da maternidade muda nossa vida muito antes da chegada do filho em si. O foco nos treinos deixou de ser a performance e passou a ser o bem-estar. O foco agora é manter alguma atividade na rotina, por mim e por ele. No começo a corrida era viável, confortável. Hoje, algumas dores me forçaram a variar os estímulos e ficar mais na caminhada e em exercícios funcionais, que devem inclusive me ajudar no parto.

JQC: Você se tornou uma especialista  em “comida-gostosa-que-faz-bem-e-não-engorda” e mantém a elegância até na frente de um brigadeiro. Na sua opinião, onde a maioria das pessoas derrapa?
PJ: Essa disciplina surgiu depois que engordei muito na faculdade. Ao ver algumas fotos de uma viagem, a ficha caiu. E passei a ler mais, buscar receitas nutritivas para o dia a dia, alternativas práticas para manter a forma em longo prazo. Acho que muitos erram ao buscar soluções fáceis e rápidas para perder peso e ao delegar a outras pessoas  o cuidado com seu bem mais precioso: a saúde. Se entenderem que elas devem ser as protagonistas de uma mudança profunda e duradoura (e que exige disciplina e força de vontade), as chances de manter uma relação saudável com o corpo e a com a comida aumentam muito.

JQC: Todo esse conhecimento acabou gerando a sua coluna na revista, Boca Livre, que agora virou também uma página no Facebook. Por que você resolveu investir nesse novo formato?
PJ: A Boca Livre foi um presente que ganhei em 2011. Na coluna, eu tento compartilhar experiências pessoais, estudos e dicas para quem busca manter a forma de maneira saudável e sem abrir mão do prazer. Falo sobre dieta equilibrada, exercícios regulares e saúde mental – na minha opinião os pilares de uma leveza sustentável.  Falo dos meus acertos e também tropeços, porque ninguém é de ferro e não há nada de exato na matemática diária para estacionar os ponteiros da balança. Só que eu queria mais, não me contentava em falar com essas pessoas apenas uma vez por mês. Na fanpage, consigo dar dicas rápidas e práticas para levar mais qualidade de vida e consciência ao nosso dia a dia. Eu alcanço ainda mais gente e o retorno é imediato, a troca com os leitores faz de mim uma jornalista e uma pessoa melhor.

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Julia Zanolli

Julia Zanolli começou a correr em nome do bom jornalismo quando foi trabalhar na revista Runner’s World sem entender nada do assunto. A obrigação virou curtição, mesmo depois de sair da revista. Se livrou do carro para poder andar a pé pela cidade, mas é fã assumida de esteira. Prefere falar de comida do que de nutrição e acha que ter tempo é muito melhor do que matá-lo.

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