A PREFEITURA DE SÃO PAULO PRETENDE ampliar a malha cicloviária da cidade. Já não era sem tempo. Desde 2016, último ano da gestão Fernando Haddad, ela cresceu 0K.
Da ridícula ideologização da disputa eleitoral à prefeitura que consagrou Doria, o Breve, decorreu que as ciclovias, marca da gestão Haddad, eram algo com o qual todo aquele que não fosse simpático aos partidos de esquerda e centro-esquerda deveria odiar.
Em 2017, com efeito, uma lei esdrúxula aprovada na Câmara Municipal, sob os auspícios do Executivo doreano, tornou necessário um abstrato “estudo de demanda” para que novas ciclovias fossem criadas na capital paulista.
QUANTO MAIS CICLOROTA, MELHOR?
O RETROCESSO DA POLÍTICA CICLOVIÁRIA DE SP
QUEM PEDALA É MAIS FELIZ, DIZ PESQUISA
A BIKE COMO TERAPIA
PAULO SALDIVA: A CIDADE ESTÁ OBESA
LARANJA X VERMELHA: TESTAMOS OS SISTEMAS DE BIKE COMPARTILHADA
TEU CARRO: TRÊS CIGARROS POR DIA PARA OS NOSSOS PULMÕES
A CORRIDA DO PIKO, A MAIS PROUSTIANA DAS MINHAS CORRIDAS
Ou seja, um razoável número de ciclistas deveria arriscar a vida numa rua ou avenida sem qualquer aparato cicloviário para convencer os técnicos responsáveis de que sim, naquele logradouro fazia sentido ter uma ciclovia.
Felizmente a gestão Bruno Covas reconheceu a importância da bicicleta como modal de transporte e promete a construção de mais 173,3K de ciclovias, conectando pontos que ficaram interrompidos na implantação haddadiana.
Promete ainda a recuperação, ou requalificação, de outros 310,6K de ciclovias.
Em audiências públicas, que começam dia 23, técnicos da prefeitura irão discutir com a população os locais onde as ciclovias devem ser implantadas.
Vale reproduzir aqui os dados que foram utilizados na lâmina de justificativa do “ppt” de apresentação desse plano da gestão Covas.
A fonte é um estudo do Cebrap, de 2018, cujo teaser você pode ver no vídeo embebido abaixo. As entrevistas para esse trabalho foram feitas em 2017.
O uso da bicicleta diminui em 3% a emissão de CO2 nas viagens.
Pode vir a reduzir em até 18% da emissão de CO2 oriunda dos transportes.
Se o perfil de atividade física da população da cidade espelhasse o dos ciclistas, haveria uma redução de 13% do total em gastos no SUS (R$ 35 milhões).
Ciclistas apresentam 75% menos estresse e irritação em seus deslocamentos.
Ciclistas afirmam sentir 2,5 vezes mais bem-estar que o restante da população.
Ciclistas praticam 3 vezes mais atividade física regular do que a população em geral
Receita do PIB municipal pode aumentar em até R$ 640 milhões.
Ganhos para os cofres do município apenas com redução de congestionamentos poderia chegar a R$ 225 milhões.
Renda das classes C e D se elevaria em até 14% com a redução dos gastos de transporte convencional.
Tudo isso, repito, está na apresentação do plano oficial da prefeitura. E Bruno Covas não tem qualquer simpatia por Haddad, como fez questão de demonstrar nesta entrevista para o editor deste pasquim e para os queridos Fábio Dutra e Dado Abreu, colegas da revista PODER.
Bicicleta não é apenas uma onda moderninha. É saúde e economia, pilares do desenvolvimento do país.