Testamos o Adizero Adios, da Adidas

Paulo Vieira

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CREIO JÁ TER DITO AQUI QUE a melhor ação que a Adidas promoveu recentemente no Brasil foi a inauguração de suas “Run Base” na Lagoa, no Rio, e colada à USP, em Essepê.

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TESTAMOS O ASICS GEL-KAYANO 23

MAS NA GRINGA JÁ SAIU O GEL-KAYANO 24, VEJA

Para quem não sabe, a “base” é um lugar com vestiários, programação de treinos (muitos gratuitos), palestras e, muito importante para a marca, showroom, donde é possível experimentar diversos tênis da fabricante alemã – embora quem fabrique mesmo esteja no Sudeste Asiático.

Quando não dá para voltar para casa e preciso me trocar rápido após a corrida vou lá, o que aconteceu sexta passada. Minha intenção era correr com meus já muito usados Nike Free, mas os esqueci numa sacolinha dentro no carro – sim, confesso minha tão grande culpa: fui de carro.

O NIKE FREE E SEUS AMIGOS

Logo um Adios Adizero da casa materializou-se nos meus pés. Só não me pergunte se era o 1, o 2 ou o 3.

O modelo 2, como muitos sabem, foi utilizado por Dennis Kimetto ao bater o recorde da maratona, em Berlim, em 2014.

O que não quer dizer muita coisa: meu biótipo não é definitivamente de queniano e eu nunca corri abaixo de 4:30 numa meia maratona – que dizer numa mara.

Mas tudo bem, vamos dar de barato o fato de que o feito de Kimetto agregue valor ao produto, e a gente deva pagar mais caro (mais!) por isso.

Fiz um 16/17K cumpridor pela Cidade Universitária e coloquei o bicho para trabalhar. Testei-o no asfalto, na subida, na descida e na terra, pois incluí também 5 giros (5K) pelo bosque da Física, aquela reserva maravilhosa de Mata Atlântica entre o Cavalo e a saída da São Remo.

O Adios é leve (cerca de 230 gramas) e baixo, com drop de 9mm. No calcanhar, a altura é de 26,7mm. Como comparação, o Nike Free RN 2017, sucedâneo atualizado do meu velho Free (de 2014), tem 27,9mm de altura aí. Ambos são mais altos que meu vetusto Nike Free, que pela minha medição tem 25mm.

O dito cujo
O dito cujo

Infelizmente o Adios não tem o cabedal que calça o pé como uma meia, feature de meu velho Free, a principal razão de eu amar esse tênis.

De volta ao teste, assim como esqueci no carro o velho Free, esqueci também as meias, e por isso fui com o Adios nos pés sem mais aquela.

Raramente corro sem meias, e o resultado disso foi uma pequena bolha no dedo médio do pé direito. Apesar de estar usando 44, nas descidas ele apertava mais que outros tênis que já utilizei dessa mesma medida.

Algo essa bolha deve significar. Tudo bem, é fácil corrigir o problema: basta o corredor colocar meias. Mas nem todo mundo as usa quando ganha o cascalho, e isso poderia ser levado em conta pela Adidas na hora de cuidar das costuras internas na altura da biqueira de seus tênis.

No site oficial da Adidas, há modelos do Adios a partir de R$ 480.

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A aliteração do título é bacana, mas não é naturalmente de responsabilidade do editor deste pasquim. Mas o “dar de barato o fato de que o feito de Kimetto” é, e com a frase eu concorro a uma cadeira na Academia Lapeana de Letras.

Contribuições para minha campanha são bem vindas. Correntistas do Itaú não pagam os 10 paus da transferência.

 

 

 

 

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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