Onde ir depois da corrida em Santos

Paulo Vieira

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NO SÁBADO DE ALELUIA DESTE ANO fiz forfait na malhação do Judas no Cambuci, ausência que muito me custaria depois em termos de reputação pessoal no bairro.

Tinha um álibi, mas o China e os sujeitos que o assessoram, que ele chama de “disruptores”, não se mostraram muito interessados nele. Felizmente (ainda) não entrei na lista dos disruptidos.

O álibi não era dos melhores, reconheço. Ter ido a Santos com a família, assim, sem mais aquela, e pior, não ter levado comigo as dicas matadoras de onde comer e beber na cidade da Caridade e da Fraternidade do Pedro Schiavon, que nasceu e cresceu em Santos, foi a fuzarcas históricas em São Vicente e um dia se desfez de meio Valongo por achar que aquilo nunca valeria nada.

Pedro oferta essas e outras dicas, aliás, ao custo de um clique no sensacional Lugarzinho.com. Entra lá.

Bem, corri por cerca de duas horas em Santos, como você pode rever no link mais abaixo, mas eu não pude ir aos lugares que o Pedro indica aqui, pois eu ainda os ignorava absolutamente.

Fica pra próxima, mas você já pode ir no meu lugar. E já que sextou, veja onde tomar um chope decentíssimo e uma água que passarinho também bebe depois do cascalho em Santos.

Canta, Pedro.

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JÁ DISSERAM AQUI QUE TODA CORRIDA deveria terminar numa piscina de água quente. Em Santos, é comum que ela acabe no mar. Mas, pelo menos de vez em quando, é justo que ela acabe na mesa de um boteco.

Estamos falando de uma cidade plana, apaixonada por esportes, que convida à corrida até na areia dura da praia. Mas também de uma cidade bem quente, úmida, que pede um descanso e um merecido refresco pós-batalha. E que tem ótimas opções para isso.

A primeira delas é o Bar do Toninho, provavelmente o mais clássico botequim da cidade. Clássico no sentido de boteco mesmo, daqueles com mesinha de plástico espalhadas pela calçada, sem qualquer tipo de luxo, mas com petiscos saborosos, bebidas sempre no ponto e preços mais que justos.

No Toninho, os garçons são sempre rápidos, a cerveja é sempre gelada e as porções sempre fartas. Mas o que conquista mesmo são os bolinhos de bacalhau e, principalmente, os pastéis, pequenos e bem recheados, com opções como camarão e siri, além dos tradicionais. Fica a um quarteirão da praia do Embaré e vive cheio, mas sempre tem uma mesinha disponível.

Outra opção, que surgiu nos últimos anos e rapidamente conquistou a cidade, é o Quiosque Burgman. Trata-se de um quiosque como os outros, na orla da praia (na verdade já são três, nos canais 2, 4 e 7 – sendo o mais disputado o do canal 4, no tradicional “CPE”), mas que resolveu apostar na qualidade, e em coisas que se tornaram uma boa moda dos bares, como os chopes artesanais e lanches e porções mais “gourmetizados”, no bom sentido.

Funciona 24 horas, tem mesinhas de madeira bem mais agradáveis que os banquinhos de concreto dos vizinhos e fica colado na areia, perto do parquinho infantil. Uma opção perfeita para tomar um bom chope e descansar sem sair da praia sem tirar o olho da petizada.

UM CASCALHO DE DUAS HORAS EM SANTOS

PELOS BOTECOS DA TIJUCA

MAIS BIRITA, MAIS CORRIDA

Mas falando em chope, opção de verdade é o Heinz, reconhecido como o mais caprichado da cidade. O chopp do Heinz é servido – sempre – na temperatura de 1 grau centígrado, cremoso, em uma taça fininha e bonita após passar por uma serpentina de 200 metros.

Por se tratar de um restaurante alemão, o que se come por ali são petiscos e pratos típicos dos bávaros, como salsichões e tábuas de frios, mas nos finais de semana tem mariscos e caranguejos dando uma abrasileirada no cardápio.

O medalhão Heinz, em Santos/Foto: Pedro Schiavon

A boa é chegar por ali ainda de dia e descolar uma mesinha na varanda para curtir o movimento, já que o bar fica na esquina da Pindorama com a Lincoln Feliciano, um dos lugares mais agradáveis da cidade.

É claro que, além desses lugares, há muitas opções pela cidade, desde outros botecos e bares da moda até os charmosos cafés do centro histórico. E é claro também que todos esses lugares oferecem sucos, refrigerantes e muitas outras opções.

Mas, vez ou outra, as pernas exaustas, a respiração ofegante e a garganta seca pedem um pouquinho mais. E um chope ou uma cerveja gelados podem ser o prêmio ideal. Na pior das hipóteses, a corrida de amanhã será um pouco mais longa.

Serviço:

Bar do Toninho – Av. Dr. Epitácio Pessoa, 241 – Embaré, Santos. Tel (13) 3227-8269. Terça a Sábado das 7h às 3h, domingo das 8h à meia-noite.

Quiosque Burgman – Av. Bartolomeu de Gusmão, em frente ao número 30, Embaré. Santos. 24 horas.

Heinz – R. Dr. Lincoln Feliciano, 104 – Boqueirão, Santos. Tel (13) 3286-1875. Segunda a Sexta das 17h à meia-noite, sábado e domingo das 10h às 3h.

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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