Pegando leve na semana da maratona, interrogação

Paulo Vieira

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É FASCINANTE O UNIVERSO DO CONHECIMENTO, digamos, especializado. O cânone da preparação para a maratona, por exemplo, prevê que durante os sete dias que a antecedem, a chamada “semana do polimento”, o sujeito deve pegar bem leve no cascalho.

Vivi sete dessas semanas, nenhuma igual à outra. Nesta agora, que precede a Mara de São Paulo, a problemática prova da organizadora Notcom, estou propenso a pegar mais pesado, mas hoje deu uma preguiç…

Justamente num dia que reúne as melhores condições possíveis para o cascalho: temperatura na casa dos 20 celsius, neguinho (jo) acordado desde às 6h, compromisso das crianças só depois das 10h.

E eu aqui atrás do Macbook (waal).

Fui olhar a bula de três anos atrás, quando corri minha segunda mara, justamente esta mara de São Paulo, da Notcom, que irei repetir.

(Repetir não é o verbo correto em maras da Notcom: alguma coisa aqui sempre muda.)

Como ela, a bula, foi produzida pelo juiz voador Iberê Dias, o diletante com maior conhecimento de causa sobre corridas desta quadra, tem inestimável valor – esqueçam o que eu escrevi (há 3 minutos).

Iberê propugnava o seguinte para as vésperas do Dia M:

Segunda: 40′ leve
Terça OFF
Quarta 30′ leve  com 5′ sendo(1′ forte, 1′ fraco)
Quinta OFF
Sexta 20′ leve
Sábado OFF
Domingo DIA M

Peguei mais pesado na segunda-feira e coloquei um funcional cheio de agachamentos ontem, então hoje, para não contrariar completamente o querido Iberê, só vou passear com o poodle.

E amanhã, quem sabe, troco os agachamentos por um cascalhinho de 1 hora.

MINHA PRIMEIRA MARA, SÃO PAULO (notcom), EM 2015

MINHA SEGUNDA MARA, SÃO PAULO (notcom), FAZER O QUÊ, EM 2016

MINHA TERCEIRA MARA, JET LAG E VENTO LATERAL, NOVA ZELÂNDIA, 2017

MINHA QUARTA MARA, RIO, SOL PRA CADA UM, 2017

MINHA QUINTA MARATONA, SEM ESSA DE NINJA, RIO DO RASTRO, 2017

MINHA SEXTA MARA, UDI /NILSON LIMA, 2018

MINHA SÉTIMA MARA, CHUVA NA SERRA CATARINENSE, 2018

UMA MARA EM ALGUNS DIAS E QUEM É QUE NÃO ESTÁ TREINANDO?

A MEIA NA SPCITY SEM O NÚMERO DE PEITO

A verdade é que, quando se tem algumas maras nas costas, a ideia de que “não vai dar” simplesmente inexiste.

Há não ser que você queira se manter no mesmo pace do 1K ao 42,2K, essa conversa é mais para quem ainda sente aquele frisson do insondável.

Não que façamos mecanicamente provas longas como essa para dar a mara assim de barato. Mas a gente sabe que uma hora, digo 3  horas e meia depois, quem sabe quatro, vai gloriosamente pegar a maçã, a banana e a medalha do organizador, não importa o quanto tenha diminuído o “trem de corrida” ao longo do cascalho.

A maratona é um paradoxo. Há quem não viva sem ela (presente!), mas a sensação mais gostosa do mundo vem naquela hora que cruzamos o pórtico de chegada.

O editor deste pasquim (centro) no 41,9K da mara de SP de 2015/Fernanda Medeiros

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

2 Comentários

  1. Avatar
    Tadeu Góes

    Boa tarde,
    Em quanto tempo espera completar ?

    Responder

    • Paulo Vieira
      Paulo Vieira

      Qualquer coisa abaixo de 3:42 parecer-me-á auspicioso, jovem

      Responder

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