Aos 61 anos, a primeira campeã olímpica da maratona corre Boston em 3:04

Paulo Vieira

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O PALPITE DELE ERA CONCLUIR BOSTON, o fetiche do fetiche do fetichista-mor, em 3:45. Afinal, o mineiro Nilson Lima vinha com o esqueleto curtido por 7 maras em 7 dias – Boston era a décima em 17 dias.

Subidas e descidas podem ter entrado na conta, afinal o homem que não para de empilhar maratonas – ontem era sua 245ª – conhecia muito bem Boston. Corria ali pela nona vez.

Bem, o sujeito fez 3:33, pace de 5:04. Durma com um barulho desse.

Mas não foi só Nilsão, que NESTE domingo já corre os 42K da Monumental de Brasília, que botou pra quebrar em Boston.

A Runner’s World gringa acompanhou Joan Benoit Samuelson, de 61 anos – cinco a menos que o mineiro –, em seu retorno a Boston exatos 40 anos após ter vencido a prova com 2:35:15.

Primeira mulher a ganhar a maratona olímpica, em Los Angeles, em 1984, a americana esperava aumentar seu tempo histórico de Boston em até 40 minutos, talvez fazendo a conta simples de acrescer 1 minuto a seu pace demolidor de 3:4.

Bem, assim como a do Nilson Lima, a previsão de Joan era conservadora. Fechou em 3:04.

É verdade que diante das marcas recentes da atleta, o resultado de Boston não surpreende. Em Chicago, ano passado, fechou em 3:12:13, chegando imediatamente após sua filha Abby Samuelson.

À revista gringa, ela disse que seu treino este ano foi mais exigente. Envolveu esqui nórdico – modalidade em que, por não ter o pé sobre a prancha, muita força é demandada – e cinco longões de 32K.

O apoio dos torcedores em Boston também foi um aditivo. “Mesmo os mais jovens, que não estavam aqui 40 anos atrás, gritavam meu nome ou gritavam ‘Vai, Bowdoin’”. [nome da equipe escrito em sua roupa].

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Para conhecer melhor a atleta, leia esta entrevista que ela concedeu ao ultraman Rodolfo Lucena, publicada na Folha de S.Paulo, em 2014.

Foto da home: a atleta em 2011/Foto: wikipedia

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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