4 maratonas para correr neste primeiro semestre

Paulo Vieira

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DIGAMOS QUE A GENTE ACREDITA nesse lugar comum de que o ano só começa depois do Carnaval. Agora que não há mais ruas bloqueadas em Pinheiros ou na Zona Sul do Rio, podemos então finalmente nos dedicar com seriedade ao calendário endorfínico.

(A cada linha que passa ponho menos fé no que escrevo: ontem mesmo já rolou a mara das Praias, lá no Recife, sob um sol pernambucano, prova que marcou a 100ª mara do Lula Holanda, fundador da Acorja. Mas sigamos a acreditar que o ano começa hoje.)

Como diz o educador físico Darlan Duarte, da Pacefit, “é mais fácil ter disciplina quando você tem metas para cumprir, por isso uma agenda de treinos é fundamental para que você consiga manter-se motivado nas primeiras semanas de treino.”

Irretocável. E além dessa agenda de treinos é legal ter uma agenda de provas – para quem se estimula com provas, claro, o que não é bem o caso do editor deste pasquim –, então segue uma seleta das maras mais desejadas deste primeiro semestre no Brasil.

ABRIL

dia 7 – MARA DE SÃO PAULO. A famigerada maratona da Yescom/Globo. Juntamente com a mara de Santiago, faz parte de um ranking de maratonas de peso que garante pontos para corredores acima de 40 anos que dela participam. Uma maneira de estimular essa gente a correr essas outras maras pelo mundo – e deixar um dim-dim para os organizadores.

Só para variar, mudou novamente o itinerário, emulando em parte agora a SPCity e a São Silvestre. Largada no Pacaembu, giro a leste lá no TRT, depois avenida Rio Branco, um pedaço de Cracolândia e 6,5K de ida e volta pelo Minhocão.

Daí dois quilômetros pelo Centrão até a tigrada agarrar a 23 de Maio, Ibirapuera – e aí roteiro SPCity na veia, com JK, Jóquei, USP e retorno pelo mesmo itinerário até a chegada depois do Empurra-Empurra do Ibira.

As mudanças de rota se devem, segundo os organizadores, ao bloqueio, ainda em 2018, de uma pista da marginal Pinheiros, o que tornou a extensão da Pedroso de Morais que passa defronte aoparque Villa-Lobos alternativa importante de trânsito. Essa via era parte integrante da mara da Yescom.

Valor mais barato hoje, a menos de um mês do evento: R$ 110 sem camiseta em duas vezes no cartão.

dia 21 – MONUMENTAL DE BRASÍLIA. Os mais ufanistas e os corredores que têm interesse em arquitetura – e por alguma razão jamais estiveram no DF – talvez gostem desta. No dia em que se celebra a fundação da cidade por JK, Brasília organiza sua esperada maratona.

Tenha em mente que quase 2/3 da prova, 27K para ser exato, transcorrem no Eixão, em trajeto de ida-e-volta.

O terço inicial é mais divertido, com Esplanada dos Ministérios e um apêndice em direção ao palácio do Alvorada.

Valor mais barato hoje (e até o fim de março), o chamado “kit básico”, com camiseta: R$ 119,90.

dia 28 – UDI 42K. A famosa mara Nilson Lima, que leva o nome do administrador de empresas uberlandense, também conhecido como Senhor Maratona. Nilsão já completou  234 maratonas e ultramaras (o scout já contempla as duas provas realizadas este ano em Piratininga, em Bento Gonçalves e no Recife).

Altimetria complicada, ventos laterais e a camaradagem proporcionada pelo anfitrião e os muitos amigos de todo o Brasil que fazem questão de bater ponto no Triângulo Mineiro.

Plus: jogo de vôlei feminino do Praia Clube, atual campeão nacional, no ginásio Sabiazinho. É por causa desse jogo, aliás, que a mara começa este ano mais cedo, às 6h30.

Valor: R$ 125 (com camiseta).

JUNHO

dia 2 – MARA DE POA. Reinou por tempos sozinha como mara mais rápida do Brasil, mas o aquecimento global não permite que se crave que aqueles 15 graus de máxima estarão novamente embalando o pace da tigrada.

Metade dos 42K é em trajeto de ida e volta margeando o Guaíba. E sim, você acertou, a meia é inteira à beira-rio.

Apesar de estar na sua 36ª edição, o site para inscrição é francamente indigente, e o sujeito que tenta fazê–la fica dando voltas sem chegar a lugar algum. R$ 125, mais taxas (de valores não informados.)

 

 

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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