Como foi a mara Maurício de Nassau, do Recife

Paulo Vieira

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NÃO CONHEÇA UM pernambucano que não seja bom de copo ou de discurso político.

Mas agora que ando mais pelo cascalho do que pelos botecos e acabo por conhecer mais madrugadores do que boêmios – não que as categorias sejam excludentes, como este pasquim é useiro e vezeiro em provar –, admito que há mais uma razão para ir ao Recife.

Que  não é mais a de sempre: beber e refundar a república a partir dos botequins do Espinheiro.

É que no Recife há um dos maiores grupos de corrida do Brasil, a Acorja, tema recentíssimo deste pasquim.

E na capital pernambucana não há apenas uma maratona, mas logo duas maras.

Para o mundo da corrida, portanto, Recife passou a ser uma espécie de Adis Abeba.

Uma das maras, a “Internacional Maurício de Nassau”, teve sua nona edição ontem, sob uma temperatura que se não bateu nos 40 graus foi por detalhe.

Em março, logo depois do Carnaval tem a outra, a mara das Praias, organizada justamente pela Acorja.

Minha ideia ano que vem é sair no Galo de Madrugada, assitir ao RecBeat, fechar o Carnaval com o Bacalhau do Batata e já ficar para correr a mara das Praias, quando o Lula Holanda, fundador da Acorja, completa sua centésima maratona.

Meio difícil não ficar verborrágico ao falar de Pernambuco, mas o que quero fazer aqui é abrir espaço pro Cracrá, o querido Eduardo Neves, comentar como foi a Maurício de Nassau, que ele também correu ontem.

A meu pedido, ele gravou um áudio de que reproduzo um estrato aqui.

Evoé.

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“O sol estava muito forte, muito desgastante, e vários atletas desistiram por conta do calor. Eu mesmo, ao completar a meia, pensei em desistir, pois tenho os 75K de Bertioga-Maresias daqui a vinte dias.

A sensação térmica era de 40 graus em alguns trechos, e o termômetro no pórtico marcava 37 graus. A organização funcionou bem, com os horários das largadas, às 5h30 e às 6h, sendo cumpridos.

Largada da mara Maurício de Nassau/Foto: Perunning

Na minha opinião há um problema no trajeto, pois é preciso dar duas voltas no circuito para completar a maratona.

Mas correr em casa é muito bom, e fui para me divertir mesmo, encontrar os amigos e encorajar quem estava estreando na distância. No final, faltando 5K, decidi dar um tiro para fazer um sub 4:20 e me classificar para a Comrades.

Deu 4:18. Um abração, Paulinho.”

Outro pra você, meu velho.

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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