Nilson Lima e suas 42 maratonas em 12 meses

Paulo Vieira

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O CONSULTOR FINANCEIRO NILSON LIMA é figura conhecida dos maratonistas brasileiros. Poucos no Brasil, melhor dizendo, ninguém no Brasil coleciona números como ele.

Com apenas 20 anos dedicados à maratona e algumas poucas e seletas ultras, ele já acumula 180 provas de no mínimo 42K.

Ano passado correu 29 maras e ultras, o que dá mais ou menos uma prova dessas domingo sim, domingo não. Em setembro, vindo de Santa Cruz de la Sierra, onde cravou seu recorde do ano, 3:21:37, encontrei-o nas montanhas da Uphill da Serra do Rio do Rastro.

Lá pelo 37K concedeu a “Suada” que vai embebida abaixo.

Na Bolívia ele foi o melhor colocado entre os homens com mais de 50 anos. Estava então com 64.

Em 2018 Nilson aumentou a aposta. Pretende correr 42 maratonas e ultras, a maior parte dessas provas nos Estados Unidos, onde quer concluir os 50 Estados. Ele já começa seu giro americano neste domingo e até meados de abril corre 14 provas.

O tour de primavera é finalizado em Boston, na mara das maras, o fetiche dos fetiches, em 16 de abril, que ele irá correr pela oitava vez.

Nilson (centro) e o editor deste pasquim (esq.) levando um lero na Uphill de 2017
Nilson (centro) e o editor deste pasquim (esq.) levando um lero na Uphill de 2017

Seis dias depois, em sua Uberlândia natal, ele alinha para correr os 42K da maratona batizada em sua homenagem, a Nilson Lima, único 42K das Gerais.

Aí vem Rio, São Paulo, os 89K da Comrades, que corre pela sexta vez, e novo giro americano, com três dias de provas sequenciais no Alasca e outras doideiras até fazer em novembro novamente Nova York.

Nilson raramente se lesiona, mas ano passado, ao abastecer o carro alugado nos Estados Unidos, acabou se atrapalhando com a mangueira e ganhou um edema na coxa.

Felizmente ainda faltavam alguns dias para a prova seguinte, mas mesmo assim ele acionou o convênio e procurou um médico.

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Tantas provas acabam servindo de treino para aquelas em que sente que é o caso de correr mais forte – e correr mais forte, para ele, é fazer pace 4:50.

Espeto.

Em algumas dessas “provas de treino” chega a enfiar intervalados no meio do percurso.

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Com tudo isso, mais difícil do que ter disposição para enfrentar sete maratonas em sete dias seguidos, como aconteceu em 2017 – agora em março ele faz cinco em cinco pelos estados sulistas dos States –, deve ser montar toda a logística das viagens.

Conta a seu favor ter uma companheira que é triatleta e agora disputa algumas provas de Ironman, também nos Estados Unidos. Nilson não pretende acompanhá-la. “Uma das frustrações da minha vida é não saber nadar”, disse ao JQC.

Enquanto viaja, a vida continua business as usual em sua consultoria financeira. Mas se dá expedientes em saguões de aeroportos e quartos de hotéis obscuros, agora já está num momento da vida em que, como diz, “fala não na hora de falar não”.

Para ele, suas viagens de maraturismo não geram despesa, são “investimento de vida”.

“Trabalhei 40 e tantos anos como empregado em grandes empresas como Ambev, Bunge, BRF, e já vinha organizando tempo pra mim.  Vou seguir viajando para correr enquanto eu conseguir suportar. Só acho que deveria ter começado um pouco antes.”

 

 

 

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

3 Comentários

  1. Avatar
    Marinês Melo

    Uau…. suas peripécias mundo afora não daria apenas um livro mas uma enciclopédia. Não sabes nadar porém és um homem de ferro eita homi de energia muita. Rsrsrs te admiro, respeito e me inspiro. Ufa! Gde abraço!

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  2. Avatar
    Márcio Antônio Rodrigues da Cunha.

    Nosso grande campeão, como atleta e como homem de bem. Abraçao

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  3. Avatar
    AURELIO

    Olha, tudo bem, tudo bom.
    Extraordinário o tempo de 3h21, não tem o que falar.

    Agora, é corrida. COR-RI-DA. Pra andar, eu boto minha sogra lá,
    ela também anda.
    E ainda, o reporter (na gravação) foi “venenoso” com ele.
    Falou, “Bom, nessa o senhor está andando. Nas outras três, também?”

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Responder

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