Quatro corridas de montanha para 2018

Paulo Vieira

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ONTEM SUGERIMOS AQUI quatro maratonas urbanas para correr em 2018. Hoje é a vez das corridas de montanha. O critério do Curador é insondável, já que, como todo Curador, ele se acha meio deus.

As distâncias e os cenários são variáveis, mas o Curador, numa rara comunicação com o mundo terreno, diz que, abre aspas, todo mundo vai curtir de montão, fecha aspas.

PASSA QUATRO (24 de fevereiro)

R$ 295 a R$ 395

É uma daquelas provas na Mantiqueira que os organizadores gostam de chamar de “ultradesafio”, com percursos de 15K, 30K, 80K e 120K – os dois mais longos podem também ser corridos em dupla. Algumas das vistas mais bonitas da espetaculosa serra estão no caminho dessa cidade mineira na divisa com São Paulo, mas nem todos os ultramaratonistas estão realmente preocupados com isso.

Há trechos por estradas de terra, singletracks e cabulosas subidas de morro.

IGARATÁ (18 de março)

R$ 97 a R$ 177 + 7% de taxa

A “natureza exuberante”, na frase dos organizadores da prova em seu site oficial, é na verdade uma área de reflorestamento à beira de uma represa. Mesmo assim tá valendo, afinal para correr no meio da Mata Atlântica basta uma subidinha ao Piko do Jaraguá ou ao Cristo.

A prova de Igaratá, cidade a 70K de São Paulo no começo do vale do Paraíba – aquela região onde o Alckmin andou catando água que ia abastecer o Rio de Janeiro –, tem percursos de 10K e 23K e altimetria que não assusta: 885 metros acumulados no roteiro longo; a pirambeira mais alta tem 270 metros. O cascalho é estrada de chão, sem singletracks.

DESAFIO 28 PRAIAS / UBATUBA (14 de abril)

R$ 189 a R$ 229

Com tantas praias de diferentes usos e formatos, Ubatuba é uma cidade tão dadivosa que os organizadores desta prova a dividem em duas etapas, a “costa sul” e a “costa norte”. No primeiro semestre acontece a sul, com percurso por algumas das praias mais espetaculares do litoral do Sudeste.

Trata-se de uma prova que mais parece uma gincana de aventura, com passagens em que é preciso agarrar em cordas, abrir picadas, correr de jaguatiricas (brincadeirinha). Percursos de 42K e  21K que podem ser feitos na raça ou em equipes de revezamento.

Como já disse uma vez neste pasquim e não tenho pejo de reciclar, o trecho de 8K entre a Lagoinha e a Fortaleza é daqueles que a gente se convence, pela milésima vez na vida, que é hora de largar tudo e vir morar na praia. Lembre-se que você está correndo, por isso resista à tentação de ficar para todo o sempre no Cedro.

Leia sobre a performance do editor deste pasquim na etapa norte do Desafio aqui.

CHAPADA DOS VEADEIROS (20 de maio)

R$ 140 a R$ 180

Organizada pelos pioneiros da empresa Corridas de Montanha, ocupa a área do parque nacional da Chapada dos Veadeiros, a 200K de Brasília, um dos lugares mais bonitos do Brasil e eterno porto seguro de místicos e malucos quando cataclismas mundiais e viradas de milênio se anunciam.

A corrida é pretexto: aproveite para conhecer algumas das cachoeiras mais bonitas do país, como a de Santa Bárbara, dentro de uma reserva quilombola, a Kalunga, no município de Cavalcante; e outros cenários impressionantes, como o vale da Lua, pertinho da principal cidade da Chapada, Alto Paraíso de Goiás.

Uma das cachoeira do complexo Lokinhas, em Alto Paraíso /Foto: Chema Llanos
Cachoeira do complexo Loquinhas, em Alto Paraíso /Foto: Chema Llanos

Ninguém vai achar estranho se você decidir, como tantos, não voltar nunca mais. Veja a razão nesta reportagem que fiz para a revista de bordo da Azul.

As fotos sensacionais são do parça Chema Llanos, que se bandeou agora para Pequim atrás de uma quantidade incerta mas suponho bastante razoável de piastras.

A que ilustra esta postagem, no filter, é de uma das quedas do complexo das Loquinhas, em Alto Paraíso.

 

 

 

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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