Quatro maratonas urbanas para 2018

Paulo Vieira

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QUAIS SÃO AS PROVAS DE CORRIDA a disputar em 2018? Em mais um de seus desafios quixotescos, este pasquim já conclamou seus leitores a parar de participar delas, mas como tal proposta foi devidamente levada em desconsideração, sigo agora pelo outro caminho, após guinada Galisteu de 360 graus.

Afinal, para o fetichista-mor, o maratonista, o prazer não está na corrida, mas na foto com a medalha e com o Garmin mostrando o pace admirável. É que, como na piada assumidamente machista da ilha deserta, não basta transar com a Sharon Stone, é preciso pedir que ela se vista de homem para ter a quem contar o feito.

Por isso, segue aqui minha seleção para sair bonito na tal foto em 2018. É apenas um wishful thinking, pois eu, lento e despreocupado como um pipoca da São Silvestre, não me inscrevi ainda para prova nenhuma.

Começo hoje com as maras plain, 100% urbanas, sem firulas, caves de vinho patrocinando a hidratação, essas paradas.

MARAS

PORTO ALEGRE – o percurso é plano e a temperatura “agradável” em 10 de junho, data da prova, como o site oficial nos quer fazer crer. Mas em 2016, para ficar num só exemplo, a temperatura de largada batia nos 2 graus. O que, aliás, não deixa de ser uma atração, pois o padrão das maratonas brasileiras – Rio, São Paulo, Curitiba, Salvador –, é 25 graus pra cima.

Há idas e vindas pelas mesmas ruas, mas mais da metade da corrida é à beira do Guaíba, o que dá aquele conforto visual para os corredores que são capazes de tirar os olhos do chão.

CURITIBA – já disse aqui nosso colaborador Ralph Tacconi que CWB é a maratona a debutar caso você queira pegar bode da distância – o oposto, aliás, de POA. Mas dizem que ódio também é amor, e os sobes e desces da prova de Curitiba, normalmente disputada em novembro – a edição de 2018 ainda não está confirmada –, podem se tornar um desafio atraente para o corredor cascudo.

MONTEVIDÉU – quer variar um pouco de (buenos) ares mas não está com esse pixo todo? Com sorte, Montevidéu não custa mais de 40 mil milhas Smiles e a cidade conta com o charme aristocrático river-platino com o acréscimo da ganja legalizada. A prova é em 15 de abril e a inscrição para estrangeiros custa cerca de US$ 31 até o fim de janeiro no site oficial.

PORTO – não pense que eu vou ficar aqui desfiando as majors ou as submajors, pois a essa altura só com muito dinheiro para comprar vaga via “charity” – as inscrições normais para essas provas, fetiches máximos do fetichista-mor, se esgotam com antecedência.

Mas se você faz questão de uma mara “primeiro mundo”, eis aqui uma pitoresca, com site em português (é o que dizem) e percurso belíssimo, com direito a cruzar o Douro pelo tabuleiro baixo da ponte dom Luís I. A prova é em 4 de novembro.

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

2 Comentários

  1. Avatar
    Marcos Viana Pinguim

    Boa tarde Paulo!!!
    Feliz Ano Novo!!!
    Desejo muita Saúde, Paz e Boas Realizações para você e toda sua família!!! 🙂 (y)
    Parabéns pelo artigo e pela inteligente seleção!!!
    Eu pretendo fazer 12 maratonas em 2018 (média de “apenas” 1 por mês, sem querer se cascudo, mas querendo ser Tarahumara (eles fazem um média de 30 km por dia, só na corrida-transporte!!! 😀 ) Um grande abraço!!!

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    • Paulo Vieira
      Paulo Vieira

      Obrigado, Pinguim, grande abraço pra vc também

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