Testamos o Ravenna 8, da Brooks, que estreia no Brasil

Paulo Vieira

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A NÃO SER QUE VOCÊ DISPONHA DE UM LABORATÓRIO, um troço meio Instituto de Pesos e Medidas, não é possível testar de verdade um tênis.

Confirmar que o “material da entressola do tênis xis é 35% mais macio do que o das edições anteriores”, como divulga a fábrica, ou que os “orifícios estrategicamente dispostos no solado conservam mais energia, gerando um ganho cinético para a propulsão”, é uma questão exclusiva de fé.

De fé no que diz o fabricante.

Posto isso, registro que o melhor guia de tênis que consulto é o da Runner’s World, a americana, que dispõe de tal laboratório, o que a permite esvaziar o discurso oficial, se for o caso.

Mais do que isso, a revista reuniu ao longo dos anos um acervo enorme de testes que lhe possibilita fazer comparativos muito interessantes ao final de cada nova avaliação.

Vejamos o caso do Brooks Ravenna 8, que me foi ofertado pela fabricante americana e pela varejista brasileira Centauro, que firmaram um acordo para distribuir no Brasil os produtos da marca “running” líder dos Estados Unidos.

(A propósito, Fábio Vianna, diretor de produto da Centauro, disse ao JQC no evento de lançamento, sábado passado, que foi a “Centauro que procurou a Brooks”; veja abaixo uma tomada de celular do convescote.)

Marca líder em corrida nos EUA chega ao BR pela Centauro e corridinha com jornalistas é nos altos do Viaduto do Chá #jqc #brooksnacentauro

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O Ravenna 8, para a Runner’s, é:

PESADO, com  306 gramas – 75% dos demais tênis (testados, imagino) são mais leves;
Tem drop MUITO ALTO, de 12,4mm – 90% dos demais tênis têm menos drop;
É ALTO no calcanhar – 34,99 mm – 77% dos demais tênis são mais baixos;
Finalmente, é DURO – 29% dos demais tênis testados são menos flexíveis.

Agora, sem cola, vamos ao que me cabe, que é o relato das ocorrências de uma corrida feita com o Ravenna 8.

Ela foi curta, de 1h20, mas decente: contou com diversas subidas, o asfalto irregular das ruas brasileiras, trechos de terra e grama pelo parque Vibra-Bollos, freadas para esperar o farol abrir.

Por duas vezes VIREI O PÉ para baixo, pois a ferradura, digo, o tênis, não permitiu que eu fizesse uma finta rápida com ele.

Senti as PERNAS PESADAS ao final, mas não dá para evidentemente culpar o tênis, embora minha inclinação naquela hora tenha sido exatamente essa. Achei que o peso extravagante do Ravenna para os meus padrões fazia então muita diferença .

Mesmo usando meias, terminei a corrida com a PROMESSA DE UMA BOLHA na lateral de dentro do pé direito, fruto do contato renitente dessa parte do pé com o calçado – possivelmente em razão da pronação.

Conclusão: não é definitivamente um tênis que eu indicaria; mas é um produto da Brooks, o Pure Drift, o melhor tênis que a companheira Julia Zanolli, experimentada testadora da Runner’s brasileira nos tempos da editora Arvorezinha, já colocou nos pés, e isso deve ser levado em consideração.

Ela fala disso no link abaixo.

BROOKS PURE DRIFT, O MELHOR TÊNIS DO ARMÁRIO

OUTROS TESTES: ASICS GEL-KAYANO 23

OUTROS TESTES: ADIDAS ADIZERO ADIOS

OUTROS TESTES: NIKE FREE RN DISTANCE, A EVOLUÇÃO (?) DO FREE

MAIS SOBRE TÊNIS: GEL-KAYANO 24

MAIS SOBRE TÊNIS: MIZUNO WAVE PROPHECY, O TÊNIS DO ROLEZINHO

VÍDEO: COMO É FEITO UM TÊNIS DE CORRIDA

VÍDEO: COMO SALVAR O CADARÇO DESFIADO

Importante dizer, à guisa de disclosure, que sou um adicto do minimalismo.

Uso normalmente dois pares de Nike Free, que já vão para pelo menos dois anos de cascalho.

O que mais pega quando colocamos essas botas como o Ravenna nos pés não é a altura, mas a flexibilidade. E isso não é definitivamente o forte deste produto.

Importante, acho: como era de se prever, o Ravenna é comercializado a mais de 500 paus – R$ 549,99, no site da Centauro, que detém a exclusividade de venda.

Mas dá para fazer em 12 vezes sem juros.

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

Um Comentários

  1. Avatar
    Tadeu Góes

    Tênis de respeito nos states, tomara que tragam mais modelos, teremos mais competição; por falar em competição como está a preparação para a “serrinha” ? kkkk

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