Testamos o Gel-Kayano 23 (disclosure: o testador gosta de minimalista)

Paulo Vieira

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A ASICS PROMOVEU UM SIMPÁTICO treino anteontem para apresentar a um pequeno grupo de jornalistas seu novo tênis Gel-Kayano 23. Apesar do local escolhido, o bairro de Moema, tudo correu bem na corridinha de 7K, uma volta no Ibirapuera incluída.

Tênis responde por boa parte do faturamento das marcas, e por isso é natural que elas se esforcem para mostrar novidades ao mercado. O Kayano vai para sua 23ª edição, e é de se supor que nenhuma dessas 23 versões tenham sido iguais umas às outras.

MEU PRIMEIRO NIKE

GUIA PARA ESCOLHER UM TÊNIS DE CORRIDA

CORRENDO COM OS TARAHUMARAS

TESTE: ASICS DS SKYSPEED 3

O TESTE DO TESTE DA PISADA

TESTE: RELÓGIO TOMTOM RUNNER 3

Mas considerando que a Asics têm muitos outros tênis no portfólio e não há assim tanta coisa para inventar, notar as diferenças de versão de um mesmo modelo me parece uma tarefa dificílima para quem não é um devoto, digo, um especialista.

E se não somos especialistas, resta embarcar no que diz o fabricante.

Sobre este Gel-Kayano 23, a Asics informou que o que muda em relação ao 22 é o “novo sistema de ajuste do cabedal com fitas flexíveis que se contraem quando os pés estão em estágio de fadiga, tornando-se mais rígidas e oferecendo maior sustentação e estabilidade.”

A outra mudança é na entressola, que passa a adotar a tecnologia FlyteFoam, desenvolvida pela própria fabricante japonesa, mas que não era compartilhada pelos Kayano.

Segundo a Asics, a entressola com esse material é “55% mais leve que as demais do mercado.”

É impossível para o comprador confirmar essa informação, e ele terá de usar seu tênis por um bom tempo para enfim tirar alguma conclusão sobre o conforto (ou não) que o tênis lhe proporciona.

A experiência é uma boa guia, mas para quem, como eu, se acostumou a ter sob os pés tênis levíssimos, flexíveis, minimalistas para usar o jargão que vem sendo paulatinamente abandonado pela indústria, eu tinha galochas sob os pés ao calçar o Kayano 23.

Por isso, se você é adepto de tênis estruturado, é melhor parar de ler este post e ir direto para uma avaliação mais pertinente, como esta, do portal Fôlego.

Mas se você continuou aqui, devo dizer que não foi difícil correr com ele, embora naqueles 40 minutos eu tenha buscado com sofreguidão a terra e a grama, as superfícies mais macias do parque.

Pior do que correr com um tênis estruturado, acredito, é caminhar com ele, quando a gente sente claramente o impacto da passada voltando para os pés.

Não recomendo visitar a Bienal, o MoMA ou o Louvre com um Gel-Kayano 23.

O tênis tem 325 gramas, sendo portanto quase 50% mais pesado do que um minimalista como o Nike Free. Mas é justamente a estabilidade, a estrutura e a firmeza as características mais marcantes da série Kayano. Não seria nisso que a Asics iria mexer.

O preço, digo, o investimento é  R$ 600. Ou 80 doletas na Amazon (sem impostos nem taxa de entrega). Há que se ter uma certa fidelidade ao tênis e à marca para encarar.

Veja o que você deve saber ao comprar um tênis de corrida neste vídeo do canal JQC 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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