Um em cada três ciclistas de São Paulo é novato no pedal

Paulo Vieira

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OS DADOS NÃO SÃO DE AGORA, já têm cerca de oito meses, tempo suficiente para terem sido esquecidos, caso publicados.

Quem os compilou bate um bolão – um pedivelão, dir-se-ia, – nas estratégias para alastrar o uso da bicicleta nas grandes cidades e, com isso, melhorar a vida de toda a população. São os parças do instituto Ciclocidade.

Foto: Daniel Oines/Flickr
Foto: Daniel Oines/Flickr

Não custa lembrar: bike não produz monóxido de carbono, material particulado, ozônio, partículas finas insidiosas etc. Pelo contrário: tira das ruas carros e outros veículos produtores desses resíduos tóxicos.

Os tais dados prometidos no primeiro parágrafo são da pesquisa do perfil de quem usa bicicleta em São Paulo. Surgiram interessantes constatações a partir das entrevistas feitas com 1800 ciclistas paulistanos.

Uma delas: ao contrário de certo senso comum, o principal usuário da bike em Sampa é nego de pouca grana. Praticamente metade do universo da pesquisa ganha de 1 a 3 salários mínimos; os que ganham de 5 a 10 salários mínimos são 11%; acima de 10 salários mínimos, apenas 7%.

A bike é usada principalmente para os deslocamentos para o trabalho ou para a escola/faculdade. A maior parte dos entrevistados disse usá-la cinco dias por semana.

Mas o dado que me parece mais relevante é o fluxo de entrada de novos adeptos nesse meio de transporte. Do universo de pesquisa, 37% declararam pedalar em São Paulo há não mais que um ano (veja gráfico abaixo).

A ilação não é do Ciclocidade, mas minha: isso demonstra claramente o acerto de se aumentar as condições objetivas (apud F. Peixoto), ou seja, de se expandir barbaramente a malha cicloviária.

PesquisaPerfilCiclistas2015 029

PesquisaPerfilCiclistas2015 030

Fonte: Ciclocidade.org.br

VERMELHO OU LARANJA: TESTAMOS O SISTEMA DE COMPARTALHIMENTO DE BICICLETAS EM SP

AUMENTA O PACE QUE ISSO AÍ É BICICLETA

A SP DE HADDAD

BIKE X CAMINHADA X ÔNIBUS X CARRO

A bicicleta assumiu sua condição de meio de transporte estratégico em todo o mundo, e o prefeito eleito de São Paulo, apesar das bravatas de campanha, vem dando sinais de que não vai virar as costas para o tema.

Como feliz usuário de uma mountain bike leve e muito cumpridora – e que me custou uma ninharia pelo que devolve – este ex-motociclista espera ainda ver mais faixas vermelhas pela cidade.

Podem inclusive ser de outra cor.

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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