Um dia olímpico

Paulo Vieira

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(VERSÃO ATUALIZADA EM 18/08/2016)

 

SERIA DIFÍCIL ACREDITR QUE TODA a bandidagem carioca iria fazer uma trégua olímpica, uma “ekeicheria”, para usar a expressão grega original, durante os quinze dias do Rio 2016.

Mesmo com todo o aparato de segurança, com os tais 80 mil homens da Guarda Nacional policiando locais nunca antes policiados como as passarelas sobre o Aterro do Flamengo, e, mais importante, com os acordos de alto nível celebrados em Bangu ou nas Laranjeiras, não é possível controlar toda a população que vive de expediente.

O rolo em que se meteram os quatro nadadores americanos, entre eles o celebrado Ryan Lochte, que disseram ter ficado sob a mira de um revólver e que mais tarde foram desmentidos, pode ter sido, como passou a parecer ao longo da semana, apenas uma calhordice.

O problema é que assaltos à mão armada como esse que não teria sofrido Lochte y sus borrachos ocorrem com certa regularidade no Rio e em outras cidades do Brasil.

JQC EM OLYMPIA, NA GRÉCIA, ONDE OS JOGOS COMEÇARAM

JQC NA COPACABANA OLÍMPICA

O MARATONISTA SOLONEI ROCHA E SUA EXPECTATIVA PARA A PROVA QUE FECHA A RIO 2016

Prova-o a editoria policial do jornal Extra.

Basta dar uma rápida passada de olhos ali para perceber que o “local mais seguro do mundo” de agosto viveu dias não tão anormais durante os Jogos, infelizmente.

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Passei três dias no Rio semana passada, assisti às classificatórias de natação (veja no link abaixo), torci pela equipe brazuca dos 4×100, e vi que os Jogos estão sendo do Grande Carvalho.

50 SEGUNDOS DE EMOÇÃO DA RIO 2016

O Parque Olímpico tem estádios e ginásios belíssimos, o novo e inverossímil metrô Ipanema-Barra e o BRT fluem bastante bem para o serviço público e o footing da Praça Mauá, onde está o museu mais picareta do mundo, o do Amanhã, atestam que o Rio soube, com destreza, receber o evento de logística mais complicada da Terra.

Não seria pouca coisa até para Tóquio, e o Rio ainda tem aquele cenário que justifica seu apelido.

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Com tudo isso, ainda há o conteúdo. Phelps & Ledecky, Diego Hypólito, Dream Team, Marta melhor que Neymar y Bolt tricampeão, para ser sucinto. O Rio 2016 vai deixar saudades.

A propósito, este gráfico do New York Times mostrando como foi a vitória nos 100 metros ontem do jamaicano vale a visita.

Como diz o título daquele filme canastrão com Michael Caine e a Demi Moore no ápice de seus 20 aninhos, Blame it on Rio.

Se eu fosse você, dava uma esticadinha até lá. Até domingo ainda dá jogo.

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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