Homenagem ao maratonista

Paulo Vieira

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HÁ RÁDIOS QUE GOSTAM DE DIZER AS EFEMÉRIDES DO DIA. Elas são muitas, pois fatos ocorrem a todo momento em vários lugares do mundo – e possivelmente também em outras galáxias –, e há, ainda por cima, as profissões para homenagear.

Neste particular, fica ainda pior. Determinada função pode ser homenageada num dia, a instituição de que ela faz parte no outro, e assim vamos. Há dias do jornalista e também da imprensa, do advogado e do direito, para ficar em exemplos quase aleatórios.

Pois ontem, 7 de agosto, foi dia do maratonista. A data homenageia o nascimento do etíope Abebe Bikila, campeão olímpico das maratonas de Roma (1960) e Tóquio (1964). Em Roma, Bikila correu descalço, apesar da oferta de alguns pares de tênis da Adidas – é preciso considerar o que seria uma oferta da Adidas em 1960.

Ele preferiu ir na ancestralidade, como sempre fazia, e cravou 2:15:16, recorde mundial à época.

A saga do corredor africano, que também foi membro da guarda real do imperador Hailé Selassié, tornou-se mais tarde o docudrama The Athlete, filme de que já falamos na primeira dentição deste pasquim.

THE ATHLETE, O DOCUDRAMA

SOLONEI SE FRUSTA EM AMSTERDÃ

A maratona masculina é uma das provas mais nobres da Olimpíada, tendo sido realizada desde os primeiros Jogos da Era Moderna, em Atenas, em 1896. Mas ainda não era a mítica distância consagrada, de 42,2K, ou 42 195 metros, para ser mais preciso, que foi corrida em Londres, em 1908, mas só foi estabelecida em Paris, em 1924.

A maratona feminina só foi introduzida nos Jogos de Los Angeles, em 1984, apesar da distância ser corrida pelas mulheres desde o começo do século. O importante é competir, reza o lema, mas só os homens, alguém poderia acrescentar.

Tudo isso você está cansado de saber, mas pareceu boa introdução para esta pequena porém decente coleção de artigos que falam da maratona.

O editor deste pasquim, como sabem ou podem saber os poucos que até este parágrafo chegaram, correu duas maratonas, ambas em São Paulo; este mesmo editor considera que os maratonistas de primeira e de muitas viagens respeitam demais a prova, o que só realça o caráter fetichista da coisa toda. Marx, o Carlos, explica.

De qualquer forma, se todos os que um dia cumpriram a distância merecem ser homenageados no Dia do Maratonista, aceito o tributo. E me junto a esses tão valorosos esportistas que concluíram a Nova Mara de São Paulo, a da Iguana Sports, no domingo retrasado, com quase seis horas de corrida.

Parabéns a vocês Osmar, Laura, Zé Carlos, Alessandro, Ricardo e tantos outros maratonistas.

OSMAR, LAURA, ZÉ CARLOS, ALESSANDRA ET CATERVA: OS VERDADEIROS MARATONISTAS

MARATONA, O FETICHE

É PRECISO DESRESPEITAR A MARATONA

A PRIMEIRA MARA A GENTE NÃO ESQUECE, VIVACE

A PRIMEIRA MARA A GENTE NÃO ESQUECE – NA FERRADURA

MARIO SERGIO SILVA E O MARATONISTA PROBLEMA

ELE DEU SUA PRIMEIRA AOS 53

ZILMA, A ULTRAMARATONISTA

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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