Da Barra ao Corcovado

Paulo Vieira

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Ricardo Henrique Raymundo, o maratonista desencanado, nosso correspondente na Cidade Maravilhosa de São Sebastião do Rio de Janeiro, volta a comparecer a este pasquim eletrônico para compartilhar um pequeno segredo de polichinelo com os leitores.

Um roteiro que tem mar, floresta, parque nacional, montanha e mimos dos tempos do império. Só pra dar inveja aqui aos pobres paulistas que já deliram quando cortam a floresta mixuruca da rua do Matão.

Mas não há de ser nada. Go, Brocador.

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MAR, MONTANHA E FLORESTA. Quer curtir isso tudo de uma só vez? Tá disposto? Então vamos combinar: nos encontramos às 6h no posto 5 da praia da Barra e partimos em direção ao quebra-mar.

O sol começa a sair por trás das pedras e o céu fica avermelhado, multicor, o mar batendo e com ele um sudoeste refrescante.

Antes de chegar à barraca/praia do Pepê entramos na avenida Érico Veríssimo, contornamos a pracinha e seguimos até a passarela que nos leva à ponte da barrinha.

Cruzamos a ponte e ao invés de irmos para a direita em direção à Barrinha/Joá, mantemos a esquerda e aí passamos pelo canteiro de obras do metrô, pelo Itanhangá Golfe Clube (um muro enorme que nos separa do gramado e nos espreme entre as enormes árvores, os pedestres e os ciclistas que compartilham a calçada).

BROCADOR NA MARA DO RIO

O TREINO MAIS LINDO DO MUNDO

A MARA DO RIO, KM A KM

UM ROTEIRO LÍRICO-FERROVIÁRIO POR SÃO PAULO, COM MÁRIO DE ANDRADE

MATA ATLÂNTICA POR TODO O LADO EM SAMPA

Começa então a subida da Estrada de Furnas. São 5K variando de íngreme a muito íngreme. Por segurança, vá trocando o lado da calçada – em alguns momentos ela desaparece.

É uma subida agradável, com temperatura decrescente e com vista lateral da Pedra da Gávea a emoldurar alguns trechos entrecortados da floresta.

Tá bom ou quer mais?/Foto: ICMbio
Tá bom ou quer mais?/Foto: ICMbio

Na subida você encontra casarões antigos e passa pela entrada de algumas comunidades (é tudo tranquilo). Se o dia estiver com neblina, você talvez tenha de ligar os “faróis de milha”, uma vez que a visão fica limitada a uns 50 metros;  mas se for dia de sol, é bom ter umas garrafinhas com água ou isotônico – vai ser difícil achar um barzinho.

A subida vai cobrando o seu pedágio, a energia se esgotando e a ladeira fica ainda mais severa. Surge então o quartel do corpo de bombeiros, e a montanha dá um descanso mais à frente, em uma bifurcação.

Nesse ponto você já vai ter percorrido uns 13K.

Se a disposição for grande, você toma o caminho da esquerda, passa pela escola Santa Marcelina e entra no Parna Tijuca. Seguindo então sempre pela direita faz um circuito de 5K por dentro da floresta até sair na entrada do Parque da Tijuca na praça Afonso Viseu.

Já se a disposição for muito, muito grande, você segue mais uns 500m, dá uma parada no Postinho do Alto da Boa Vista, enche as garrafinhas e volta para encarar uma subida de 12K até o Cristo começando pela rua  Amado Nervo…

Que nome sugestivo.

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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