Para quem quer performar

Paulo Vieira

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FOI UMA SUPRESA ENORME quando aquele piso vermelho novinho apareceu na pista de atletismo do CEPEUSP, o Centro de Práticas Esportivas da USP, um dos locais mais agradáveis de São Paulo até para quem não pratica esporte.

(E, ao contrário do que se pensa, aberto à “comunidade externa”, ou seja, a quem não é aluno, professor ou funcionário da USP. Basta, como tudo, investir alguns caraminguás.)

A surpresa só não foi maior porque catracas eletrônicas e um sistema de cartão magnético haviam sido instalados algum tempo antes. Eram coisas que, tal qual a prometida piscina aquecida, não se imaginava jamais que um dia chegassem ao Cepê.

Castilho
Castilho

A pista vermelha e outras coisas adjacentes, como a gaiola de lançamento de martelo e um colchão para amortecer a queda dos atletas do salto em altura, foram bancadas pelo Clube Pinheiros, que, em troca, passou a deter permissão de utilizar pista e demais instalações do Cepê.

PERFORMANCE E VAIDADE

PERFORMANCE, PERFORMANCE, PERFORMANCE

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Atletas do Pinheiros, alguns que estarão nos Jogos Olímpicos do Rio, como a maratonista Adriana da Silva, treinam ali, sob supervisão do treinador Cláudio Roberto de Castilho.

Castilho, que recentemente assumiu cargo diretivo no Pinheiros, também mantém uma assessoria esportiva de corrida, a Saúde & Performance. Seus alunos são amadores com vontade de “performar”.

Estive com ele no Cepê para entender o que significa exatamente isso.

PERFORMANCE

“Tento levar um pouco da vivência do atleta de alto rendimento para os alunos. Para isso, definimos metas e montamos um plano de treinamento. O dia a dia do alto rendimento é muito exigente, no limite da exaustão física e psicológica, e quando um aluno decide treinar com a gente, é preciso ter claro que ele deverá seguir o que foi planejado.”

AS PROVAS

“Em geral, os objetivos visam a disputa de provas. Aí é montado um plano específico de preparação para essas provas. Não só a carga de treinamento, como a alimentação, a suplementação e a estratégia – ritmo a ser mantido em cada parte da corrida, por exemplo – a ser adotada nessa prova. Tratamos com muita seriedade a prova. Prova é prova, não experimentamos nada nessa hora.”

DESAFIO AO CÂNONE

“Não acho que um mesmo plano de treinamento funcione para todos os alunos. Fala-se muito na preparação de 16 semanas para a maratona, mas já treinei alunos com mais ou menos tempo. Depende muito da resposta de cada um e também de seu tempo disponível.”

O PACTO

“Como venho de uma experiência do alto rendimento, os amadores procuram a Saúde & Performance imaginando encontrar alguém que vai trazer-lhes melhoras de performance. Isso pode e deve acontecer, mas é preciso ser muito sincero e claro em relação aos objetivos. E, mais do que isso, é preciso que os alunos sejam honestos na hora de cumprir os treinamentos.  É uma premissa do alto rendimento que é aplicada aqui.”

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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