Pipoca: a visão da Yescom

Paulo Vieira

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Pipoca é tema candente na comunidade corredora. Meu post de semana passada foi recordista em comentários na história do site; e o de ontem, com a entrevista com Carlos Galvão, da Latin Sports, que organiza a Track&Field Run Series e que desceu a lenha no “vagabundo”, despertou emoções fortes nas redes sociais.

A MEIA MARATONA NA PIPOCA

PIPOCA: A VISÃO DO ORGANIZADOR

Faltava a visão da Yescom, que organizou a meia maratona tão criticada por mim – críticas que renderam a irrupção de uma miríade de detratores que euzinho não imaginava que fizesse jus.

Faltava, não falta mais, pois eles responderam, via assessor de imprensa e e-mail, minhas perguntas.

(Nem todas; as que envolviam grana não foram respondidas.)

Marcelo Braga, assessor de imprensa da Yescom, revelou que está em voga usar a inscrição de maiores de 60 anos, que tem direito a meia-entrada. “Percebemos nos últimos três anos que o número de corredores dessa faixa etária aumentou consideravelmente. As pessoas fazem a inscrição e cedem a terceiros para obter o desconto. Na meia internacional de São Paulo foram 68 casos.”

Entre os eventos de massa que a Yescom organiza estão a São Silvestre e maratonas internacionais no Rio e São Paulo. Em 2015 foram 40 corridas nessas duas cidades e Belo Horizonte, Brasília e Vitória.

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JQC – Qual é o percentual de pipocas nos principais eventos de vocês? Esse percentual é histórico ou vem subindo? É um problema?

Yescom –  De 10% a 15%. Esse número cresceu e se manteve assim nos últimos três anos. Sim, é um problema, porque consome serviços básicos do evento, mas [o pipoca] não tem direito a kit, medalha, resultado. Na nossa opinião [o pipoca] é uma pessoa que se engana e falta com o respeito com os demais.

JQC – Quanto o pipoca representa em termos de custo? Ele é precificado? Se sim, esse custo é diluído na inscrição do pagante?

Yescom –  O corredor pipoca consome serviços básicos como banheiros, água e o percurso. A Yescom sempre dimensiona esses serviços com uma margem de segurança e não repassa esses valores para o corredor pagante.

JQC – Há alguma política de atração para fazer o pipoca pagar no próximo evento? Qual é?

Yescom –  Sim. Desde o ano passado [há] promoções na abertura das inscrições, com preços convidativos. Isso tem feito com que o número de pipocas não aumente.

JQC – A crise econômica tem diminuído a quantidade de inscritos? Isso muda a política de preços da Yescom?

Yescom –  Sempre fazemos promoções. Considerando o nível técnico das nossas provas, praticamos os melhores preços do mercado. Há provas de concorrentes, de 10K, com valores de até R$ 250. Eles vendem kits. Nós, inscrições e acesso às provas.

JQC – Uma das críticas comuns que se faz às provas da Yescom é a largada, que mistura gente lenta e rápida, por não ser por ondas. Estudam modificar isso?

Yescom –  Nossas provas maiores oferecem, já no processo de inscrição, o tempo previsto de corrida [pace]. Ao retirar o kit, o atleta recebe uma pulseira de identificação que dá acesso aos setores divididos pelo tempo previsto de prova. É uma prática adotada desde 2012 nas grandes maratonas e desde 2013 na São Silvestre. Neste ano teremos um controle mais apurado no portão de acesso, mas dependemos da educação das pessoas. Na São Silvestre só seria possível largar em ondas se houvesse bloqueios num raio de cinco quarteirões de toda a região adjacente da avenida Paulista. Isso não depende de nós, mas da cidade. Na Volta da Pampulha [em Belo Horizonte], não há espaço para essa separação.

A MARATONA DO RIO, UMA HOMENAGEM

CORRENDO NA PAMPULHA ANTES DOS ALEMÃES

TIROS EM BRASÍLIA

FERNANDO ALVES PINTO SE SUPERA NA SÃO SILVESTRE

UM CACHACEIRO NA SÃO SILVESTRE

JQC – Como fazem  as medições de distância das provas?

Yescom –  Nossas aferições são feitas através de medidores oficiais da CBAt [Confederação Brasileira de Atletismo] e IAAF [a “Fifa” do atletismo]. Todas [as provas] são certificadas e homologadas pelas respectivas federações, confederação e federação internacional.

 

 

 

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

4 Comentários

  1. Avatar
    antonio bellas

    Agora esta tudo mais que explicado!
    Tratava-se de uma materia investigativa, provocativa, para que os detentores da organização se retratassem!
    Muito boa e esperta a jogada!

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  2. Avatar
    @JoseAdolfo

    A Yescom é a que mais recebe pipoqueiros. Lógico que o custo deles é repassado para os inscritos pois o preço sobe acima da inflação. A margem de contingência é necessária. Talvez o corredor não pague dessa vez, mas na próxima se interesse se tiver uma novidade principalmente para os veteranos que já não tem mais espaço para colecionar camisetas e medalhas. Acredito que itens novos e especiais para os recorrentes é uma ideia.

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  3. Avatar
    lidianne andrade

    corredor de pipoca nao se engana. ele esta ali para correr, superar-se e as vezes apenas contar com a companhia de colegas no evento. as ruas sao publicas.
    engana-se quem pensa que corredor vai pelo kit e medalha. ha sim aqueles que vao por um metal ou plastico no mural.
    resposta infeliz do organizador.

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      FELIPE DE OLIVEIRA BATISTA

      falou tudo pois corro a anos mas com os preços das inscrições la no auto não consigo pagar todas as inscrições e acabo indo de pipoca e acho falta de respeito falar que somos “vagabundos ” em relação a isso, pois com a real situação do país não são todos que pode ta pagando 100 reais de inscrição,e Paulo Vieira parabéns pela matéria

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