Uma planilha para começar a correr, por WO

Paulo Vieira

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Em vez do tradicional fundo branco, o cartão de visitas de Wanderlei Oliveira é uma versão reduzida da foto de capa da edição da Runner’s World de janeiro deste ano, que ele estrelou. Sobrepostos à sua figura altiva, aparecem seus contatos. Um jeito arguto de mostrar sua ligação com a corrida.

Mas para dar a real ligação com o runner’s world deste atleta e treinador de corrida que conta com 100 mil quilômetros corridos pelo mundo, como gosta de dizer, seria preciso refundar a Listel e o negócio das Páginas Amarelas – quem sabe aí, com essa forcinha estatal, os jornais sobrevivessem.

Porque senta que lá vem história.

A história de Wanderlei e o esporte passa pela gênese da corrida de rua em São Paulo via Corpore e as popularíssimas maratonas de revezamento Pão de Açúcar. WO era o treinador de corrida dos Diniz, e uma boa maneira de entender o que isso significa é ler o Vidas Corridas, o novo livro do coach e Treinador Sérgio Xavier.

WO, que se formou educador físico na primeira turma da Fefisa, de Santo André, corre todos os dias, num horário inacessível para sujeitos como eu, que só vão pegar no tranco bem mais tarde. Depois de fazer uma sessão de ioga, ele ganha o cascalho, na Granja Viana, onde mora,  ou no Ibirapuera, lá pelas 5h30, 6 da manhã.

WO vai falar agora/Divulgação Nike
WO vai falar agora/Divulgação Nike

Por estar na vanguarda da corrida, WO se envolveu com o jornalismo. De colunas em jornais populares ao programa que manteve na ESPN Brasil, ele foi amplificando sua voz. Tem um blog abrigado no R7 e, enquanto um novo programa na Record News não decola, tem a difícil missão de transformar jornalistas da empresa Record & Bishops Inc. em pangarés.

E, como o Marcio Atala, ele também ajuda telespectadores a sair do sedentarismo. Seu cavalo de batalha na missão é o apresentador Reinaldo Gottino, do vespertino Balanço Geral, Record aberta, que dá uns tiros com WO quando consegue acordar naqueles horários galináceos.

Chegando ao que interessa: WO enviou amavelmente aos leitores do JQC a planilha que segue, especialmente pensada para quem inicia sua história no cascalho.

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Aviso: se você foi sedentário por vários anos, dê tempo para que seu organismo se adapte à atividade física; para que ela seja benéfica, pratique-a de forma constante e regular por semanas, até fazer parte de sua rotina diária. Com o acompanhamento de um profissional qualificado, você atingirá seus objetivos com maior segurança. (WO)
1ª semana (descobrindo novos caminhos)
Segunda – 5 minutos de caminhada x 5 minutos de corrida (total de 20 minutos)
Quarta – 5 minutos de caminhada x 5 minutos de corrida (total de 25 minutos)
Sexta – 5 minutos de caminhada x 5 minutos de corrida (total de 30 minutos)
Sábado – 5 minutos de caminhada x 5 minutos de corrida (total de 35 minutos)

 

2ª semana (adaptando-se à transição caminhada – corrida)
Segunda – 10 minutos de caminhada x 10 minutos de corrida (total de 30 minutos)
Quarta  – 10 minutos de caminhada x 10 minutos de corrida (total de 40 minutos)
Sexta – 10 minutos de caminhada x 10 minutos de corrida (total de 50 minutos)
Sábado – 10 minutos de caminhada x 10 minutos de corrida (total de 60 minutos)

3ª semana (sentindo o prazer de praticar esporte)
Segunda – 5 minutos de caminhada x 15 minutos de corrida (total de 40 minutos)
Quarta – 10 minutos de caminhada x 15 minutos de corrida (total de 55 minutos)
Sexta – 10 minutos de caminhada x 20 minutos de corrida (total de 60 minutos)
Sábado – 10 minutos de caminhada x 25 minutos de corrida (total de 65 minutos)

4ª semana (pensando em novos desafios)
Segunda  – 30 minutos de corrida + 10 minutos de caminhada (total de 40 minutos)
Quarta – 40 minutos de corrida + 10 minutos de caminhada (total de 50 minutos)
Sexta – 50 minutos de corrida + 10 minutos de caminhada (total de 60 minutos)
Sábado – 60 minutos de corrida + 10 minutos de caminhada (total de 70 minutos)

Observações:
• realizar todos os treinos em percurso plano
• treinar em relação ao tempo de esforço e não à distância (metros)
• fazer a monitorização cardíaca sempre dentro da zona de segurança que é entre 60 e 70% de sua atual capacidade física (conforme teste ergoespirométrico)

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O que obriga o corredor(a) a parar é o ritmo forte, não a distância a ser percorrida
(Provérbio chinês: devagar e sempre)

 

 

 

 

 

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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