Quero ficar no teu corpo

Paulo Vieira

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Sim, o segundo é melhor.

Eu nunca pensei realmente em ter uma tatuagem, mas, nas vezes que considerei o assunto com um pouquinho mais de seriedade, os sinais que se classificaram para os mata-matas foram esses pontos, o de exclamação levando ligeira vantagem.

Vão enfrentar no triangular final o dístico Amor só de mãe, favoritaço.

Mas tem gente com bem menos dúvidas do que eu no tema. Como o Rodrigo Souza, que conheci performando no delicioso Desafio Adidas Boost, domingo passado, na USP. Da prova, aquele 10K + 5K que, se você fizer em tempo absurdamente rápido, ainda dá direito a correr mais 1K, eu falarei mais à frente.

Rio: me espere.

Vai aí?
Vai aí?

Ao final do 5K, o Rodrigo esperava seu resultado aparecer no telão, e percebi a tatuagem de Papa Léguas em sua panturrilha direita (foto acima). O que leva alguém a tatuar no próprio corpo algo relativo ao esporte? Tirando o escudo do time, essa sandice total, talvez uma profunda necessidade de exibir algo supostamente saudável?

Ou seria a expressão pictórica do que a Vulgata chama de superação?

Seria um fetiche do naipe: terminar uma maratona?

Tatuarias?
Tatuarias?

Rodrigo, que trabalha na empresa de transporte da família conduzindo vans, fez um tempo animal na prova, 40’54” no 10K e 19’49” no 5K. Passavam 200 entre os homens, e ele ficou em 205º.  Treina umas três vezes por semana, na esteira, onde já fez um sub-40.

No ano que vem encara a Serra do Rio do Rastro, um 25K em subida. A famosa prova da Mizuno. Até hoje só se circunscreveu às provas de 10K e 5K, que ele calcula ter feito umas 35, 40 vezes.

Não é incomum ver gente com símbolos da corrida pelo corpo. No estúdio Tattoo You, de São Paulo, um censo informal indica um novo tatuado por mês. Criatividade não é a coisa melhor distribuída: muitas vezes o símbolo que vai para o corpo é o logotipo da prova (a ser) conquistada, como a meia e a maratona do Rio.

Na Led’s Tattoo, o movimento é maior: por mês são dez pessoas que se tatuam com imagens alusivas à corrida. O total de quilômetros a ser vencidos “sai” bem; a área do corpo preferida para receber o carimbo é a perna.

Eu ainda prefiro o ponto de exclamação.

E o amor só de mãe.

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Erramos do Erramos

Juro que a metalinguagem é involuntária. Havia um erro crasso no post de ontem, Erramos, como sói acontecer.  O texto já foi alterado, mas que se consigne para todo o sempre este Erramos do Erramos. Desde 2011, autores de reportagens com erros considerados “graves” pela entidade Secretaria de Redação da Folha de S.Paulo são identificados por nome e sobrenome no Erramos. Destarte, a hipótese “A um confrade de César não basta ser honesto” mencionada não se sustenta.

Parafraseando a The Economist, perdão.

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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