O novo Nike Free e seus amigos

Paulo Vieira

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Há cerca de um ano, ao voltar com a família de Orlando, na Flórida, trouxe dois Nike Free na mala. Cem doletas cada um em tempo de 2,25 dilmas por obama.

Minhas experiências com os minimalistas ganharam em tecnologia. O que havia em casa era um Merrell com solado Vibram excelente para pisos escorregadios, como pude comprovar no México, mas que eu acabaria depois por esnobar, ignorando-o nas viagens recentes a Trancoso e à encachoeirada Chapada dos Veadeiros. Havia comprado o Merrell na bacia das almas numa zona desgraçada de uma Century 21 malhada das proximidades do Ground Zero.

Hoje, os Frees estão perto da exaustão física, moral e olfativa, mas continuam me ajudando a queimar quilômetros nas corridas mais volumosas.

Surge então o convite para participar de um treino do Nike + Run Club, sábado passado, no Jardim Botânico paulistano. Na cota da imprensa havia transporte em van e um jabá mais precioso, o novo Nike Free 3.0.

Que aqui custa uma paulada, 600 pratas, contra os US$ 140 da matriz. Lamentável. Há alterações no tênis, que ficou ainda mais confortável na ponta e do meio do pé. Surgiu uma pequena incisão no cabedal que alivia a compressão na frente.

Nike Free para as massas/Divulgação Nike Run Club
Nike Free para as massas/Divulgação Nike Run Club

Estes dias, ao usar em corridas de no máximo 15K um Adidas Boost e um Asics Gel-Sendai para avaliação, percebi finalmente o porquê de eu sentir meus pés mais pesados com esses tênis com muito amortecimento. E a resposta não está, veja só, no amortecimento. Nem mesmo na diferença de peso de cada tênis (umas 100 gramas a menos a favor do Free).

A resposta está no cabedal. Como o Nike calça como meia, eu viciei na flexibilidade de sapatilha do produto. Ao colocar qualquer coisa mais protetora no pé, sinto como se calçasse uma armadura.

(Ou, para forçar a barra: quase como se calçasse a bota Kangoo Jumps).

Não que não consiga correr com essas armaduras. Mas me sinto muito melhor com o tênis-meia.

Design e leveza, cavalheiros. Digamos que o Free está para MacBook Air como os tênis de cabedal convencional estão para os notebooks regulares.

Sei que estou jogando toda a tecnologia flexível do solado (cujas ranhuras adoram engolir pedrinhas e trazê-las para casa) do produto pelo ralo, mas, para mim, o pulo do gato do Nike Free, esse projeto que faz agora longos 11 anos, é o cabedal.

Sério candidato, junto com um Saucony Fastwitch 5, cujo meiopé é bem duro para tudo o que foi dito aqui, e que eu comprei alegremente por 200 contos na Velocità, a me acompanhar na minha estreia em maratona, 17 de maio.

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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