O repórter Rodolfo Lucena fala sobre seu novo blog de corrida

Julia Zanolli

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Rodolfo Lucena é um nobre representante do jornalismo das antigas. Repórter da Folha e editor do blog MaisCorrida, também escreve uma coluna mensal na revista O2. 

Decidiu fazer limonada desse limão azedo que é o passar do tempo. Ele veste com orgulho a camisa de veterano e se aposentou depois de 40 anos de trabalho com mais de 33 maratonas e ultras. Com a idade vieram as dores, resultado de um empilhado de lesões dos últimos anos.

Sem poder correr e vendo sua tradicional barba branca ficando ainda mais branca, ele decidiu enfrentar o problema de frente e criou um novo projeto: o blog Vamo que Vamo, que fala sobre aposentadoria, corrida e outras intempéries. O desafio é fazer sua primeira maratona como aposentado, no Alasca.

Abaixo, ele conta mais sobre o projeto.

O visual alternativo já virou uma marca registrada (Foto: Eleonora Lucena)
O visual alternativo já virou uma marca registrada (Foto: Eleonora Lucena)

Jornalistas que Correm: Como surgiu a ideia de criar esse projeto? Já era um desejo antigo?
Rodolfo LucenaO projeto surgiu da minha própria experiência de vida. Me aposentei por tempo de contribuição (trabalho há 40 anos) em agosto do ano passado; ao mesmo tempo, venho tendo muitos problemas para conseguir correr com a fequência e intensidade que desejo. Então pensei em criar um objetivo, tentar novamente correr uma maratona, fazendo disso o tema para um blog novo.

JQC: Existem veículos que falam de corrida só para mulheres, só para ultramaratonistas, focados em performance e muitos outros nichos. Por que você escolheu a “melhor idade” como foco do seu blog?
RL: Estou quase chegando aos 60 anos aposentado. Apesar do caráter pessoal do blog, tendo como espinha dorsal a caminhada rumo ao sonho da maratona do Alasca, queria fazer dele algo mais amplo, discutindo também todas as questões da vida do aposentado, da pessoa que chega à terceira idade. Vou falar da falta de dinheiro, que é um baque, de questões políticas, afetivas, emocionais. É um terreno ainda pouco explorado, apesar dessa população de veteranos ser crescente no Brasil.

JQC: Há quantos anos você corre?
RL: Comecei a correr em 1998, aos 41 anos, e fiz minha primeira maratona no ano seguinte, aos 42 anos. Desde então já fiz 33 maratonas e povas mais longas, de até 100 km. Estou sem condições de sequer treinar para maratonas já há dois anos, pois isso tento esse recomeço.

JQC: Na sua opinião, quais são os principais efeitos na idade no corpo do corredor? Sente mais dificuldades na recuperação, por exemplo?
RL: De fato, acho que o efeito mais prejudicial da idade é o tempo maior de recuperação dos treinos. Com isso, de modo geral, a gente precisa treinar com menor intensidade e, claro, vai ficando mais lento. Mas dá para treinar e dá para manter a resistência. Eu tenho muitas dores, fruto de problemas que tive aos longo dos anos, mas veteranos mais saudáveis do que eu continuam batendo um bolão, há muita gente rápida aos 70 anos, por exemplo. 

JQC: Qual foi a melhor coisa que você aprendeu sobre corrida ao longo de tantos anos na pista?
RL: Sempre dá para recomeçar. Sempre é possível aprender algo. A gente tem falhas e precisamos tentar corrigi-las, mas também é preciso compreender a si mesmo. Dar mais um passo. Fazer o que tiver de fazer, depois melhorar, se for possível. Aproveitar o que tem, quando tem. 

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Julia Zanolli

Julia Zanolli começou a correr em nome do bom jornalismo quando foi trabalhar na revista Runner’s World sem entender nada do assunto. A obrigação virou curtição, mesmo depois de sair da revista. Se livrou do carro para poder andar a pé pela cidade, mas é fã assumida de esteira. Prefere falar de comida do que de nutrição e acha que ter tempo é muito melhor do que matá-lo.

Um Comentários

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    RODNEI

    TENHO 46 ANOS TENHO 96 KILOS. ja participeio de 3 maratona faço 1 maratona por ano mesmo com o meu pesso corro sem parar o que devo fazer para perder quilos me ajundem amigos abraço espero a resposta abraço.

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